A PSP confirmou esta quarta-feira que deteve 12 pessoas e fez várias apreensões no âmbito da “Operação Pretoriano”, no Porto. Entre o material apreendido estão milhares de euros, droga, uma arma e bilhetes para eventos desportivos.
A autoridade informa que a investigação teve início no ano passado, na sequência dos confrontos na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, a 13 de novembro.
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) ordenou mais de uma dezena de buscas domiciliárias e não domiciliárias a vários elementos dos Super Dragões. O caso também estará relacionado com as ameaças a André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto.
“A investigação iniciada no ano passado (...) determinou uma ação conjugada no sentido de devolver às instituições e aos cidadãos a sua liberdade de decisão e, promover ainda, que o sentimento de impunidade e insegurança seriam restaurados no âmbito desta realidade desportiva e não só”, lê-se na nota divulgada pela PSP.
O JN avança que existe ainda outro inquérito a decorrer em paralelo e que tem a ver com assaltos violentos decorridos no Grande Porto que podem envolver membros dos Super Dragões.
Milhares de euros, droga e bilhetes apreendidos
No resultado desta operação foram detidas 12 pessoas - 11 homens e uma mulher -, em que se incluem Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, e a esposa.
A Agência Lusa conseguiu apurar junto de uma fonte policial que entre os detidos está também Vítor Catão, adepto do FC do Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova.
A SIC apurou ainda que Fernando Saúl, oficial de ligação aos adeptos do FC Porto - ‘speaker’ do Estádio do Dragão -, também integra a lista de detidos desta operação.
Foram também apreendidos equipamentos eletrónicos e documentos “de interesse para a investigação”, várias drogas, três automóveis, vários milhares de euros, uma arma de fogo, artefactos pirotécnicos e ainda mais de uma centena de bilhetes para eventos desportivos.
Segundo o Ministério Público, está em causa “a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”.
Todos os detidos esta quarta-feira estiveram presentes na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, realizada a 13 de novembro no Dragão Arena.
Adeptos envolveram-se em confrontos
A Assembleia Geral em questão estava agendada para começar a partir das 21:00, num auditório com capacidade para quase 400 pessoas, número largamente inferior à quantidade de sócios que se juntaram nas imediações, motivando a MAG a transferir os trabalhos para o Dragão Arena, que ultrapassa os 2.000 espetadores em dias de jogos.
A reunião magna reiniciou já depois das 22:30, mas várias pessoas abandonariam o local ao fim de pouco tempo, na sequência de altercações nas bancadas, conforme atestam vídeos divulgados nas redes sociais e relatos de sócios que conseguiram entrar.
Na altura, os Super Dragões negaram a autoria dos atos de vandalismo e violência e apelaram ao Ministério Público para que abrisse um inquérito e investigasse o caso.
Todos os elementos detidos esta quarta-feira serão presentes a um primeiro interrogatório judicial, sendo depois aplicadas ou não as medidas de coação adequadas.
Esta operação antecede dois momentos ‘importantes’ para o clube. No sábado, o FC Porto recebe o Rio Ave e no domingo está marcada a cerimónia de recandidatura de Pinto da Costa às eleições do clube.