Um fotógrafo alemão que ganhou uma prestigiada distinção internacional de fotografia recusou receber o prémio porque a imagem foi gerada por inteligência artificial (IA).
Boris Eldagsen apresentou uma imagem a preto e branco de duas mulheres e venceu na categoria de Criatividade dos Prémios Sony World Photography.
“Concorri como um ‘macaco atrevido’ para descobrir se as competições estão preparadas para imagens criadas por IA. Não estão. Nós, o mundo da fotografia, precisamos de iniciar um debate. Um debate sobre o que consideramos ser fotografia e o que não o é. Será o ‘chapéu’ da fotografia grande o suficiente para convidarmos as imagens de IA a entrar, ou será isso um erro? Com a rejeição do prémio espero acelerar este debate”, declarou em comunicado.
Apesar da polémica gerada em torno do caso, o júri sabia que a imagem tinha sido criada através de inteligência artificial.
Português fotógrafo do ano considera caso “uma evolução natural”
Edgar Martins, vencedor na categoria de Fotógrafo do Ano nos mesmos prémios, reagiu à polémica, considerando que a inteligência artificial “é uma ferramenta como tantas outras”.
“É tudo uma questão de otimização e atualização constante. A lente mais recente, o sistema operacional mais rápido, a máquina com maior resolução. Muitas vezes, em detrimento do processo criativo. O trabalho gerado por inteligência artificial é inevitável e uma evolução natural”, disse à SIC Notícias.