Cultura

Sessão de Cinema: “Memórias de uma Gueixa”

Evocando o Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial, esta saga da ascensão de uma gueixa baseia-se num “best-seller” escrito por Arthur Golden.

Zhang Ziyi em "Memórias de uma Gueixa": uma das actrizes chinesas de maior projeção internacional

João Lopes

A temporada dos prémios de cinema levou as plataformas de streaming a “repor” em circulação muitos filmes que, ao longo das décadas, ganharam Óscares em Hollywood. Não apenas títulos consagrados como melhor filme do respectivo ano de produção, mas também outros que arrebataram algum ou alguns prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

“Memórias de uma Gueixa” (2005) é um desses filmes. Longe de ser uma obra-prima, há nele um gosto pela abordagem de uma complexa conjuntura histórica que merece ser (re)descoberto. Produzido pela Amblin Entertainment, a companhia de Steven Spielberg, e realizado por Rob Marshall — que tinha dirigido “Chicago”, vencedor dos Óscares referentes a 2002 —, obteve três estatuetas douradas da Academia nas categorias de fotografia, cenografia e guarda-roupa.

Escusado será dizer que tais elementos são decisivos na abordagem da época que o filme retrata, ou seja, de finais da década de 1920 até à Segunda Guerra Mundial. É aí que descobrimos Chiyo Sakamoto, interpretada por Zhang Ziyi (célebre desde 2000, graças a “O Tigre e o Dragão”, de Ang Lee), uma jovem de uma família muito pobre que é vendida para uma casa de gueixas — “Memórias de uma Gueixa” é a saga da sua trajectória atribulada, cada vez mais marcada pelas convulsões que conduziram ao segundo conflito mundial.

Não deixa de ser desconcertante que o impacto do filme nas salas tenha sido francamente menor do que o livro que o inspira. De facto, o romance “Memórias de uma Gueixa”, de Arthur Golden, lançado em 1997, foi um caso sério de popularidade, tendo permanecido dois anos na lista de “best-sellers” do New York Times — está traduzido entre nós, com chancela da Editorial Presença.

Quanto ao filme, vale a pena acrescentar que valeu dois prémios ao veteraníssimo John Williams (o compositor da maior parte da obra de Spielberg): melhor banda sonora nos Globos de Ouro e nos BAFTA. Sem esquecer que num papel secundário encontramos Michelle Yeoh, este ano vencedora do Óscar de melhor actriz em “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”.

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