Cultura

Sessão de Cinema: “Lawrence da Arábia”

O clássico de David Lean, centrado numa notável interpretação de Peter O’Toole, foi o grande vencedor dos Óscares de 1962.

Peter O'Toole como T. E. Lawrence: um actor genial para uma obra-prima épica

João Lopes

Em tempo de Óscares, há um lugar-comum que, por mais que os factos o desmintam, reaparece. Ou seja: os prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood seriam quase sempre alheios aos grandes sucessos de cada ano…

Enfim, mesmo sem analisarmos as questões (artísticas, culturais e, claro, económicas) que tal observação suscita, lembremos apenas que exemplos não faltam para, pelo menos, começarmos a pensar de modo um pouco mais rigoroso — e, sobretudo, mais cinéfilo.

Lembremos, por isso, uma obra-prima "oscarizada" que podemos rever através através do streaming: "Lawrence da Arábia" foi um dos maiores sucessos de bilheteira de 1962 (em boa verdade, foi o segundo filme mais visto nos EUA, apenas superado por "O Dia Mais Longo") e também o grande vencedor dos Óscares referentes a esse ano de produção. A saber: o épico dirigido por David Lean arrebatou sete estatuetas douradas incluindo melhor realização, melhor fotografia (Freddie Young), melhor música (Maurice Jarre) e, claro, melhor filme.

A saga de T. E. Lawrence (1888-1935), oficial do exército britânico que, durante a Primeira Guerra Mundial, uniu e liderou os árabes no seu combate contra os turcos está muito para lá das regras tradicionais do "filme-de-guerra". Contando com a prodigiosa contribuição de Peter O'Toole, no papel de Lawrence, Lean soube filmar as convulsões de um tempo que se espelhou na existência singular de um homem que, desafiando os seus próprios limites, enfrentou as contradições da guerra e da paz — ontem como hoje, "Lawrence da Arábia" é uma celebração apaixonante do cinema e da sua capacidade de envolvimento com a complexidade da natureza humana.

Filmin

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