Foi editado esta terça-feira o novo livro de Salman Rushdie, a obra "Victory City" foi escrita antes do ataque ao escritor, no ano passado. Na primeira entrevista que deu desde esse ataque, o autor fala sobre o novo romance e a nova vida.
Desistir não faz parte do vocabulário de Salman Rushdie. O escritor diz que escreve mais devagar, mas chega lá, na primeira entrevista desde o ataque de agosto passado que o deixou cego do olho direito e sem mobilidade na mão esquerda - depois de um mês e meio internado.
O homem que o esfaqueou durante uma palestra em Nova Iorque e que disse ver o autor como alguém que atacou o islão, está preso à espera de julgamento, acusado de agressão e tentativa de homicidio em segundo grau.
O romance "Victory City" que será editado em português, no outono, foi escrito antes do ataque, inspirado numa viagem há vários anos ao sul da Índia. Uma história passada no século XIV, sobre uma mulher com poderes divinos que cria um império, na tradição do conto fantástico.
Aos 75 anos e com três terços da vida como escritor, desde a Fatwa, em 1989, imposta pelo líder iraniano Ayatollah Khomeini que ordenava a execução do autor, depois da publicação d'Os Versículdso satânicos, escrever é um ato de desafiar a morte.
Em abril é editado em Portugal um ensaio do escritor que está a pensar em mais um livro de memórias.
Uma obra autobiográfica que não deixará de lado o ataque de há seis meses, que o autor classifica de colossal, mas sente gratidão por ter sobrevivido.