O desenho a carvão que está no museu Condé no Palácio de Chantilly, a norte de Paris, desde 1862, já tinha sido atribuído ao atelier de Leonardo da Vinci, mas peritos em arte acreditam que é da autoria do próprio mestre renascentista.
"Estamos perante uma composição que foi realizada ao mesmo tempo que a Gioconda, no final da vida de Leonardo da Vinci" (1452-1519), explicou à agência France Press Mathieu Deldicque, conservador do museu Condé.
Desde agosto que estão a ser feitas análises no Centro de Investigação e Restauro dos Museus de França (C2RMF), situado nas caves do Museu do Louvre, avançam os jornais Figaro e Parisien.
Ultravioletas, infravermelhos, luz rasante, microfluorescência X: o desenho tem sido submetido a uma bateria de exames pelo conservador do C2RMF, Bruno Mottin, que confirmaram a sua "enorme qualidade".
"Não estamos perante uma franca imitação", mas sim perante um desenho com "arrependimentos" - correcções feitas pelo artista - explica Mathieu Deldicque. "Estamos perante uma obra de arte", garante.
As primeiras análises permitiram datar o desenhos - entre 1485 e 1538 - época em que viveu o mestre florentino. Também se conseguiu determinar que serviu como base a um quadro.
"Está tudo em aberto. Revela ser uma criação 'leonardesca' mas ainda não é mesmo certo que Leonardo da Vinci tenha intervindo", reconhece o conservador do Museu Condé.
O quadro a óleo Mona Lisa, também conhecido como Gioconda, foi uma encomenda do mercador florentino Francesco del Giocondo para um retrato da sua mulher, Lisa Gherardini.