Cultura

Maria João Pires regressa à derradeira Sonata para piano de Schubert em novo CD 

O novo álbum da pianista Maria João Pires é constituído pelas Sonatas n.s 16 e 21, de Franz Schubert, compositor falecido há 114 anos, em Viena, que tem vindo a incluir nos seus recitais. 

A Sonata n. 16, em Lá menor, foi apresentada pelo próprio compositor  como a sua "Primeira Grande Sonata", quando a deu à impressão, no outono  de 1825, tendo-a dedicado ao arquiduque Rudolfo da Áustria, em sinal de  gratidão ao mecenas da música. 

Esta é uma Sonata que Maria João Pires grava pela primeira vez, segundo  a editora da pianista, a alemã Deutsche Grammophon. 

A Sonata n. 21 em Si Bemol maior, a derradeira do compositor, concluída  pouco tempo antes da sua morte, é uma das mais substanciais obras para piano  da última fase de Schubert, como escreve o musicólogo Michael Kube, na apresentação  deste disco. 

O texto que acompanha o CD dá conta de um conceito da pianista portuguesa,  na abordagem da obra de Schubert, segundo a qual reconhece que, ao tocar,  como instrumentista, "há a tendência de tomar" as obras "como um todo" e  interpretá-las cada uma "à sua maneira". 

No novo disco, Maria João Pires apresenta ainda uma segunda hipótese  de interpretação, "não tomar (cada obra) como um todo, mas simplesmente  tocá-la tal como ela é dada". 

A pianista portuguesa gravara já a última Sonata de Schubert, com alguns  "Impromptus", na década de 1980. 

Segundo a discográfica alemã, com a edição deste CD, a pianista "aprofunda  a sua relação musical com o compositor austríaco, relação que muito tem  cativado críticos e público, ao longo da sua carreira", em particular desde  a integral dos "Impromptus", reunidos em "Le Voyage Magnifique". 

Este disco, um duplo CD da pianista, publicado em 1997, vendeu mais  de 100.000 unidades. 

Maria João Pires, 64 anos, é a mais internacional pianista portuguesa,  tendo chamado à atenção do público e da crítica, com a vitória no Concurso  Beethoven, em Bruxelas, em 1970, uma vitória imediatamente seguida da gravação  da integral das Sonatas para piano, de Mozart. 

A pianista, que também inclui no seu repertório Chopin, Bach, Schumann  e Beethoven, entre outros compositores, tem-se apresentado com regularidade  nas principais salas de concerto, a nível mundial. 

  Lusa

     

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