A decisão das rotas a tomar é de cada companhia aérea, sublinha em entrevista à AP um especialista em aviação. Desviar os aviões para que não sobrevoem zonas de conflito custa dinheiro, já que é necessário mais combustível, explica Norman Shanks.
Se os aviões tivessem de se desviar de todas as zonas de conflito no mundo, as horas de voo seriam muito mais extensas, seria necessário muito mais combustível e mais pilotos, o que poderia tornar algumas rotas pouco ou nada rentáveis e levar as companhias a abandoná-las.
Interrogado sobre esta questão, o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, disse que a rota tinha sido declarada "segura" pela Organização Internacional de Aviação Civil. "E a Associação Internacional de Transporte Aéreo declarou que o espaço aéreo que o aparelho estava a atravessar não estava sujeito a restrições", acrescentou o primeiro-ministro.
Várias companhias já evitavam sobrevoar o espaço ucraniano
As duas principais companhias aéreas sul-coreanas, a Korean Air e a Asiana, a australiana Qantas e a taiwanesa China Airlines indicaram ter alterado as rotas dos seus aparelhos para evitar a Ucrânia desde o início de março, quando as tropas russas entraram na Crimeia.
"Nós deixámos de voar no espaço aéreo da Ucrânia por razões de segurança", declarou Lee Hyo-Min, porta-voz da Asiana.
A Korean Air deslocou a trajetória dos seus voos a 250 quilómetros a sul da Ucrânia desde 03 de março, "na sequência dos problemas políticos na região", informou à AFP o porta-voz da companhia.
O voo Londres-Dubai passava pela Ucrânia mas a rota foi modificada "há vários meses", segundo um porta-voz da Qantas. A China Airlines também alterou os seus planos de voo desde 3 de abril.
A Singapore Airlines disse ter "redirecionado as rotas de todos os voos" nos corredores contornando a Ucrânia, sem precisar a data da tomada da decisão.
A companhia de Hong Kong, Cathay Pacific, informou não usar aquele espaço aéreo "há algum tempo".
A organização europeia de segurança e navegação aérea (Eurocontrol) restringiu aquele espaço aéreo e Kiev interditou a zona.
A Thai Airways, Vietnam Airlines et as companhias chinesas Air China e China Eastern contornam o leste da Ucrânia desde o acidente de avião da Malaysia Airlines.
s planos de voos dos aviões das transportadoras japonesas Japan Airlines e All Nippon Airways, e da indonésia Garuda não utilizam os corredores da Ucrânia, informaram.
Contactada pela Lusa, a TAP - Air Portugal esclareceu que a transportadora portuguesa "não utiliza o espaço aéreo ucraniano".