Angela Merkel, começou a sua tradicinal 'conferência de imprensa de verão' recordando a tragédia da queda do avião da Malaysia Airlines, na quinta-feira na Ucrância, e defendeu que o mais urgente é a realização de uma investigação rápida e independente para clarificar os "muitos, muitos indícios" que apontam para um ataque ao avião.
Merkel evitou falar dos presumíveis responsáveis e insistiu na necessidade da investigação, considerando que a única saída para o conflito na Ucrânia é encontrar "uma solução política" e, neste contexto, apelou à responsabilidade da Rússia e instou o Presidente do país a trabalhar para conseguir alcançar um cessar fogo.
"Não há nenhuma outra alternativa razoável", vincou a chanceler.
O avião da Malaysia Airlines, com 298 pessoas a bordo, fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur, tendo desaparecido dos radares da Ucrânia a uma altitude de 10.000 metros.
O "Boeing-777" perdeu a comunicação com terra na região oriental de Donetsk, perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes pró-russos.
Os serviços secretos norte-americanos disseram "acreditar fortemente" que o avião foi abatido por um míssil terra-ar, de origem ainda desconhecida.
O conselho permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) vai reunir-se hoje de emergência em Viena para debater o sucedido.
A reunião vai decorrer às 12:30 (11:30 em Lisboa), em Viena, anunciou a organização, que realiza uma missão especial de observação na Ucrânia desde março.
A operadora nacional da Malásia é das poucas que ainda utiliza o corredor aéreo da Ucrânia na ligação entre a Ásia e a Europa. De acordo com a recolha feita pela AFP, a maioria das outras companhias aéreas deslocou o tráfego mais ou menos 250 quilómetros para evitar sobrevoar esta zona de conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
"Deixámos de voar sobre a Ucrânia por causa de preocupações com a segurança", disse o porta-voz da Asiana, uma companhia aérea da Coreia do Sul que, à semelhança da Korean Air, da australiana, Qantas, e da China Airlines, deixou de sobrevoar esta zona da Ucrânia.