Crise na Ucrânia

Primeiro-ministro da Ucrânia pronto para expulsar tropas russas

O primeiro-ministro interino da Ucrânia,  Arseni Iatseniuk, apelou hoje, em Bruxelas, à retirada das tropas russas  do território do país, afirmando que a integridade territorial e a soberania  devem ser respeitadas. 

"Ter botas e tanques russos no nosso território não é aceitável no  século XXI", disse o primeiro-ministro ucraniano, no final de um encontro  com os líderes europeus, acrescentando que "a Rússia não é um amigo".  

A entrada na Crimeia é uma intervenção ilegítima, salientou, dizendo  que "em caso de ataque, a Ucrânia reagirá". 

"Se o território da Ucrânia for invadido por forças estrangeiras, o  Governo e o Exército ucranianos atuarão de acordo com a Constituição e a  legislação", disse. 

"Estamos prontos para proteger o nosso país", salientou, condenando  "a agressão militar na Crimeia". 

Iatseniuk instou Moscovo a "retirar as suas tropas para os quartéis".

"É inaceitável que no século XXI, sem nenhuma base legal, um país que  tem armas nucleares decida da noite para o dia invadir outro país", acrescentou.

Questionado sobre a legitimidade do seu Governo, o primeiro-ministro  garantiu que este recebeu a grande maioria dos votos no parlamento de Kiev.

O primeiro-ministro da Ucrânia reuniu-se hoje com os líderes da União  Europeia, que debateram -- em Conselho Europeu extraordinário -- a situação  do país e a crescente tensão com a Rússia. 

A tensão na região acentuou-se nos últimos dias com a decisão do Senado  russo de autorizar o envio de tropas para a república autónoma da Crimeia,  no sul da Ucrânia, território de maioria russófona e estratégico para Moscovo,  que ali tem a base da sua frota do Mar Negro. 

A decisão foi tomada em nome da proteção dos cidadãos e soldados russos,  depois de o governo autónomo ter rejeitado o novo Governo da Ucrânia, formado  pelos três principais partidos da oposição ao Presidente ucraniano, Viktor  Ianukovich, atualmente exilado na Rússia. 

Entretanto, o parlamento da Crimeia convocou hoje um referendo para  o dia 16 de março, em que perguntará aos cidadãos se desejam continuar na  Ucrânia ou unir-se à Rússia.  

Lusa

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