Crise na Ucrânia

UE pronta a "atuar rapidamente" face a agravamento da crise política na Ucrânia

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da  União Europeia (UE) garantiram esta segunda-feira estar dispostos a "responder rapidamente  a qualquer deterioração no terreno" na crise na Ucrânia, país abalado desde  novembro último por protestos antigovernamentais. 

Os chefes da diplomacia dos 28 Estados-membros, hoje reunidos em Bruxelas,  afirmaram que estão a acompanhar com "grande preocupação" a crise ucraniana. "O Conselho (de Negócios Estrangeiros) está alarmado com a situação  dos direitos humanos, incluindo os casos de pessoas desaparecidas, tortura  e de intimidação, e lamenta os mortos e os feridos sofridos por todas as  partes", referiu uma declaração final do encontro, na qual também foi lançado  um apelo às diferentes fações para "se absterem da violência e se dissociarem  de ações radicais". 

Para os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28, as autoridades ucranianas  devem tomar "todas as medidas necessárias para respeitar e proteger os direitos  fundamentais dos cidadãos ucranianos" e todas as manifestações devem "decorrer  de forma pacífica". 

Neste contexto, os chefes da diplomacia da UE pediram o "fim imediato"  dos ataques "deliberados" contra os organizadores e os participantes de  manifestações pacíficas, e instaram as autoridades de Kiev a investigar  todos os atos de violência de forma "transparente e imparcial" e a apresentar  os responsáveis à Justiça. 

Na mesma declaração, o Conselho de Negócios Estrangeiros pediu que todas  as partes redobrem os esforços para alcançar uma solução democrática através  de um diálogo inclusivo que "cumpra com todas as aspirações do povo ucraniano".

Os governantes apelaram igualmente para a formação de um novo Governo  inclusivo e uma reforma constitucional que "devolva um equilíbrio de poderes",  bem como para a preparação de eleições presidenciais "livres e justas" que  contribuam para o regresso do país ao caminho das reformas. "A UE continuará ativamente comprometida com a Ucrânia e manterá o seu  alto nível de presença, de forma a auxiliar todas as partes nos seus esforços  para estabilizar a situação e tirar a Ucrânia da atual crise", sublinharam  ainda. 

Por último, os ministros reiteraram o compromisso de firmar um acordo  de associação com Kiev, protocolo que o Presidente ucraniano, Viktor Yanukovich,  recusou assinar em novembro último. 

A decisão de Yanukovich desencadeou uma vaga de protestos, os maiores  desde a Revolução Laranja de 2004. 

     

Lusa

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