Protestos em Hong Kong

Movimento estudantil vai "aumentar consciencialização da população" de Hong Kong

O líder do movimento estudantil que em Hong Kong exige o sufrágio universal pleno para a eleição do chefe do Governo, Eason Chung Yi-wa, disse que o movimento pró-democrata visa "aumentar a consciencialização da população".

"Queremos que um cada vez maior número de pessoas se aperceba do que lhe corresponde: do seu direito de voto", destacou o dirigente estudantil numa entrevista à agência Efe, junto ao palco improvisado instalado no centro do local de manifestação, perto da entrada da sede do Governo, em Admiralty.

Como um dos secretários-gerais da Federação de Estudantes, organização que apelou ao boicote às aulas e, posteriormente, à ocupação das ruas do centro da cidade, o jovem admite estar impressionado com a magnitude adquirida pelo movimento.

"Quando anunciámos o boicote não pensamos que teríamos uma resposta tão esmagadora", admitiu o estudante universitário, manifestando-se mesmo emocionado com os acontecimentos que colocaram Hong Kong no centro mediático do mundo.

Eason Chung Yi-wa explicou também que o movimento começou com pequenos eventos e planos na universidade e acabou em confrontos com a polícia depois de os agentes antimotim terem tentado reprimir a manifestação, recorrendo a gás pimenta no início dos protestos.

"Então todo o mundo se sentiu parte da nossa luta e começou a aumentar o número de pessoas que se juntaram", recordou ao salientar que espera hoje, quando se celebra o Dia Nacional da China, que mais pessoas se juntem ao movimento por democracia plena na cidade.

Eason Chung Yi-wa disse também não haver ainda um plano para as ações populares de hoje do movimento que está bem organizado e estruturado, mas não tem um líder formal.

A Região Administrativa Especial de Hong Kong tem sido palco de protestos, contra a recusa de Pequim em admitir o sufrágio universal para a eleição do chefe do executivo local, que ganharam uma dimensão inesperada.

No domingo, a polícia antimotim recorreu a gás pimenta e gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes após o intensificar dos protestos nas ruas durante o fim de semana, altura em que o movimento 'Occupy Central' se juntou a protestos estudantis, antecipando o início da sua campanha de desobediência civil prevista para arrancar na quarta-feira, dia 01 de outubro, Dia Nacional da República Popular da China.

Os protestos são motivados pela decisão de Pequim que anunciou, em 31 de agosto, que os aspirantes ao cargo de chefe do executivo de Hong Kong vão precisar de reunir o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité de nomeação, controlado pelo governo central chinês, para poderem concorrer à próxima eleição e que apenas dois ou três candidatos serão selecionados.

A população de Hong Kong poderá exercer o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de 'triagem'.

A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que poderia escolher diretamente o seu líder em 2017.

Com Lusa

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