EM ATUALIZAÇÃO
O ex-presidente da Generalitat Carles Puigdemont, fugido na Bélgica e perseguido pela justiça espanhola desde 2017 apresentou-se hoje voluntariamente às autoridades belgas, mas recusa entregar-se.
Carles Puigdemont, acusado de delitos de sedição e má gestão de fundos públicos no âmbito do "Processo" independentista da Catalunha, compareceu voluntariamente "acompanhado pelos advogados" perante as autoridades belgas.
Em comunicado Carles Puigdemont refere que se apresentou às autoridades da Bélgica no quadro da ordem europeia de detenção e extradição emitida pelo Tribunal Supremo de Espanha emitida na segunda-feira.
No mesmo documento, Puigdemont refere que "está a cumprir todos os passos oficiais que acompanham o procedimento" acrescentando que se opõe à "entrega a Espanha".
A Procuradoria de Bruxelas encontra-se à espera de que a Justiça espanhola entregue, na próxima semana, uma tradução da ordem de detenção e os documentos anexos que foi reativada esta semana pelo juiz Pablo Llarena do Tribunal Supremo.
A porta-voz do governo espanhol, em funções, Isabel Celáa, já veio dizer que as autoridades belgas poderiam impor alguma "medida cautelar" contra Carles Puigdemont, porque a ordem de detenção europeia foi reativada.
A Procuradoria belga comunicou que vai proceder a uma "profunda análise" da terceira ordem de detenção europeia contra o ex-presidente do Governo Autónomo da Catalunha.
A nova ordem de detenção e extradição foi emitida depois de terem sido conhecidas as sentenças aos políticos implicados no "Processo" independentista catalão e que atingiram penas que vão até aos 13 anos de prisão.
Dia de manifestação e greve geral
Hoje realiza-se uma greve geral na Catalunha, decretada pelos sindicatos independentistas, na sequência do anúncio da sentença dos políticos implicados no "Processo" e condenados a penas até 13 anos de prisão.
Grupos de manifestantes cortaram já várias estradas da Catalunha entre as quais a N2 próximo da fronteira entre Espanha e a França, disse o Ministério do Fomento.
A greve geral na Catalunha foi decretada pelos sindicatos independentistas, na sequência do anúncio da sentença dos políticos implicados no "Processo" e condenados a penas até 13 anos de prisão.
Fontes do governo disseram à EFE que os manifestantes cortaram a AP-7, em ambos os sentidos, na zona de Jonquera (Girona) e a AP-2 está cortada no quilómetro 179, na zona de Lleida.
Encontra-se igualmente cortada a N-249 onde, segundo o Ministério do Fomento, estão a ser queimados pneus no meio da estrada. Os manifestantes cortaram igualmente a N-2 junto da fronteira com a França.
Na cidade de Barcelona várias artérias foram já parcialmente fechadas à circulação por causa das manifestações que se vão prolongar, previsivelmente, durante todo o dia.
Segundo as autoridades (Guardia Urbana) o trânsito vai ser restringido na Avenida Meridiana e a Ronda del Litoral assim como numa das entradas de Barcelona, em Lobregat.
Os serviços mínimos decretados nos serviços de metropolitano e autocarros, assim como nos comboios da Renfe, funcionavam com normalidade às primeiras horas do dia.
Fontes da empresa Transports Metropolitans de Barcelona (TMB) disseram à agência de notícias EFE que os serviços de metropolitano e autocarro estão a funcionar em "regime de serviço mínimo" e que não se registaram incidentes nos transportes públicos.
Em Girona, um grupo de manifestantes concentrou-se por volta das 06:00 (05:00 em Lisboa) junto da estação ferroviária do comboio de alta velocidade (AVE), mas a zona está protegida por um dispositivo policial.
Perto da estação, os manifestantes vandalizaram a delegação do Ministério das Finanças lançando tinta contra as paredes do edifício.
As "Marchas pela Liberdade" organizadas pelas associações ANC e Òmnium Cultural vão juntar-se às manifestações da greve geral, hoje em Barcelona.
As marchas começaram na quarta-feira em cinco pontos da Catalunha: Girona, Vic, Tàrrega e Tarragona e dirige-se para a capital da região autónoma através de estradas de grande circulação.
Confrontos pela quarta noite consecutiva
Entretanto, a polícia da região autónoma (Mossos d'Esquadra) informou que pelo menos 11 pessoas foram detidas durante a noite na Catalunha.
O balanço provisório diz respeito a detenções efetuadas durante confrontos entre a polícia e manifestantes em Tarragona, Girona e Barcelona.
Com Lusa