Orçamento do Estado 2017

PSD e CDS não se habituam a ser oposição e ficam pela "espuma" na discussão, diz PS

Lusa

"No debate, PSD e CDS procuram a espuma e por ela se ficaram, exatamente porque não sabem nadar", disse o socialista, falando na sessão de encerramento do debate parlamentar na generalidade do Orçamento do próximo ano.

Para Carlos César, "não há dúvida", e PSD e CDS-PP "não só ainda não se habituaram à sua condição de oposição, como ainda julgam que vivem no país que desgovernaram, que desmoralizaram e que depauperaram".

Na sua intervenção, de cerca de 15 minutos, o líder parlamentar e também presidente do Partido Socialista foi crítico para com a direita, acusando PSD e CDS de usarem "qualquer coisa" para não abordarem o que "interessa verdadeiramente ao país".

"A ordem com que os governantes intervêm neste debate; a hora de entrega do Orçamento no parlamento ou da entrega de mapas; qualquer pequena dissonância ou trivialidade. Mesmo em assuntos mais assisados, [PSD e CDS-PP] preferem falar de remunerações de administradores do que da situação em que deixaram a banca e do esforço orçamental extraordinário que temos de fazer para a recuperar por culpa dos adiamentos e omissões anteriores", disse Carlos César.

O socialista acrescentou haver disponibilidade do grupo parlamentar do PS para "acolher propostas, quer dos partidos parlamentares quer dos parceiros sociais, que melhorem" os conteúdos do Orçamento, "acautelem o seu equilíbrio e respeitem as suas orientações essenciais".

A proposta orçamental, que segue depois de hoje para a especialidade, "convoca e envolve os partidos que apoiaram a investidura do Governo", reconhecendo as "diferenças e sensibilidades" de Bloco de Esquerda (BE), Partido Comunista Português (PCP) e "Os Verdes (PEV).

"Esta diversidade tem sido, justamente, um fator de valorização das opções e da orientação governativa e, simultaneamente, uma demonstração continuada de que é possível construir e manter uma alternativa de Governo com sobejas provas de estabilidade, benefícios e de sentido de responsabilidade", prosseguiu o chefe da bancada do PS.

A vivência política com um Governo viabilizado no parlamento por outros partidos, diz César, "tem proporcionado um escrutínio político benéfico e construtivo da ação governativa", numa vivência "que contrasta com as oposições tão-somente negativas e destrutivas desenvolvidas pelo PSD e pelo CDS".

E concretizou: "A imagem externa de Portugal resistiu com sucesso ao ataque concertado de forças partidárias internas e externas. As agências de notação financeira, notam que Portugal, cito, «parece estar no bom caminho» e realçam, cito, a «implementação de políticas orçamentais prudentes» ".

Contudo, o líder da bancada do PS reconheceu que "grande parte dos indicadores e fatores externos que se cruzam com a leitura" da realidade nacional "são, a diversos níveis, incertos e ou perturbadores", e elaborou: "As ameaças ao crescimento da nossa economia não são, pois, descuráveis, embora as metas a que nos propomos integrem um cenário credível e assim considerado por muitas instituições referenciadoras".

Lusa

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