Mandela

Primeiro-ministro checo admite em conversa privada esperar não ir ao funeral de Mandela

O primeiro-ministro checo cessante, Jiri Rusnok, disse que espera conseguir não ir ao funeral do ex-Presidente da África do Sul Nelson Mandela, na próxima semana, durante uma conversa privada gravada sem o seu conhecimento e divulgada hoje.

Em conversa, na sexta-feira, com o ministro da Defesa checo, Vlastimil  Picek, vizinho na bancada do governo no parlamento, Rusnok disse: "Espero  que o Presidente vá em meu lugar. A ideia de lá ir dá-me arrepios".   

Este diálogo privado foi gravado pelos microfones do parlamento e difundido  pela televisão pública checa durante a noite, estando hoje a ser muito comentado  nas redes sociais da Internet.   

"Tenho um almoço marcado, e também um jantar, mas receio que seja obrigado  a ir. Não tenho nenhuma vontade de ir", acrescentou o primeiro-ministro,  de acordo com a gravação.   

Rusnok disse esperar que o presidente da República Checa, Milos Zeman,  de 69 anos, se desloque à África do Sul para assistir às cerimónias fúnebres  do primeiro Presidente negro da África do Sul.  

Mas o chefe de Estado está a recuperar de um ferimento no joelho e a  participação no funeral do herói do movimento anti-'apartheid', previsto  a 15 de dezembro, não está garantida.  

"Como poderá Zeman subir as escadas do avião? Penso que ele não conseguirá,  assim estou tramado", acrescentou o primeiro-ministro para o vizinho.  

Rusnok, que tinha expressado a sua "profunda dor" numa mensagem de condolências  após a morte de Mandela, na quinta-feira, apresentou já desculpas numa curta  declaração enviada aos 'media' checos, e na qual reconheceu "não ter sido  correto".  

Nelson Mandela visitou a Checoslováquia em maio de 1992, antes da divisão  pacífica do território em República Checa e Eslováquia. Tornou-se amigo  de Vaclav Havel, na altura presidente checoslovaco e antiga proeminente  figura da dissidência anticomunista. Havel morreu a 18 de dezembro de 2011,  aos 75 anos.  

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