Ébola

OMS adverte que epidemia do Ébola continua a ser muito preocupante

A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse hoje que o combate contra a epidemia do vírus Ébola continua a ser extremamente difícil e que a situação mantém-se muito preocupante, advertindo contra falsos otimismos. 

© Eddie Keogh / Reuters
"Faço esta analogia. Há seis meses na cama estavam duas cobras e ninguém podia deitar-se. Agora só há uma cobra, mas isso não significa que podemos apagar a luz e dormir", afirmou, numa conferência de imprensa, Bruce Aylward, diretor-geral adjunto da OMS e responsável pela resposta operacional à epidemia.

Após mais de seis meses, o combate contra a epidemia que afeta alguns países da África Ocidental -- Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa -, deu alguns frutos. Pela primeira vez desde que começou o surto, os três países registaram, durante quatro semanas seguidas, um decréscimo dos casos de contágio. 

Nos últimos 21 dias (o período de incubação do vírus é de aproximadamente três semanas) foram contabilizados 463 casos, incluindo casos suspeitos e prováveis, na Serra Leoa, 109 casos na Guiné Conacri e 21 casos na Libéria, "o que constitui uma redução substancial, uma tendência muito bem-vinda", referiu Bruce Aylward.

"No entanto, estamos preocupados porque esta diminuição pode originar uma certa indolência e isso é o pior risco. O objetivo deve ser unicamente a redução dos casos a zero", reforçou o representante da OMS.

Atualmente, um dos aspetos mais preocupantes é que só 50% das infeções registadas têm origem numa lista de contactos, o que significa que existem muitos núcleos de transmissão que são desconhecidos.

Outros dos aspetos preocupantes, segundo Bruce Aylward, é o facto de existir uma forte transmissão nas capitais dos três países, situação que está a dificultar o controlo do contágio, dado o grande número de pessoas e as constantes movimentações, a falta de controlo social e a migração.

Em termos globais, 21.296 pessoas foram infetadas com o Ébola desde o início deste surto, há cerca de um ano, tendo 8.429 delas morrido, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela OMS.

Lusa
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