Ébola

Outra enfermeira isolada em Madrid perante possível contágio de Ébola

Uma enfermeira do Hospital La Paz, que integra a unidade Carlos III, foi hoje isolada como medida de precaução perante um novo possível caso de contágio pelo vírus do Ébola, confirmaram fontes hospitalares. Mariano Rajoy promete "transparência total", pedindo atenção e tranquilidade face à doença. A ministra da Saúde espanhola afirmou hoje no parlamento em Madrid que não se vai demitir, prometendo total transparência e a responder com responsabilidade perante o primeiro caso de contágio do vírus do Ébola em Espanha.

KIKO HUESCA

Fontes hospitalares explicaram que a enfermeira, que estava a trabalhar hoje de manhã, registou algumas décimas de febre e está agora isolada no Hospital Carlos III, onde está a ser tratada a auxiliar de enfermagem Teresa Romero Ramos, de 44 anos, o primeiro caso de contágio com Ébola fora de África.

Esta enfermeira é a sexta pessoa a ser submetida a isolamento desde que na segunda-feira se confirmou o primeiro caso de contágio de Teresa Romero.

 

Já na noite de terça-feira uma outra enfermeira que esteve em contacto com a auxiliar de enfermagem infetada pelo vírus foi admitida por precaução, com sintomas de febre muito ligeira, tendo ficado isolada. No hospital Carlos III estão ainda isolados o marido de Teresa Romero, considerado "de alto risco" devido à sua proximidade à paciente, um homem que viajou para o estrangeiro e uma outra auxiliar de enfermagem, ambos com análises negativas.

Ministra da Saúde espanhola não se demite, mas promete preparação do país

Madrid, 08 out (Lusa) - A ministra da Saúde espanhola afirmou hoje no parlamento em Madrid que não se vai demitir, prometendo total transparência e a responder com responsabilidade perante o primeiro caso de contágio do vírus do Ébola em Espanha.

Em resposta a várias perguntas da oposição Ana Mato defendeu o trabalho do executivo desde a confirmação do caso de contágio, na segunda-feira, afirmando que o sistema de saúde espanhol tem capacidade para lidar com a situação atual.

"Continuarei a trabalhar", disse.

Na sua intervenção Mato defendeu os protocolos aplicados e que, reiterou, foram analisados por vários comités científicos, mostrando-se disponível para ir ao parlamento dar as explicações que sejam necessárias.

O tema do Ébola acabou por dominar as perguntas dirigidas a Ana Mato pela oposição durante a sessão de controlo ao Governo, tendo a governante garantindo que os cidadãos podem confiar "nos excelentes profissionais" sanitários espanhóis.

"A nossa prioridade é atender a paciente, seguir os contactos que teve e analisar as ações e procedimentos para averiguar a causa deste contágio. Continuaremos a trabalhar e queremos contar com o apoio de todos os grupos parlamentares", disse.

Respostas que não satisfizeram a oposição, tendo o deputado socialista Martinez Olmos considerado Mato "a pior ministra da Saúde de Espanha".

"Vou-lhe pedir que venha a público todos os dias e dê explicações. Queremos veracidade todos os dias, baseie-se nas decisões dos profissionais, gere consenso. Hoje ficou claro que o cargo é demasiado grande para si", afirmou.

Em resposta Mato recordou que já foi criada uma comissão de saúde pública para acompanhar o caso, que Madrid está em contacto com as entidades internacionais e a acompanhar em detalhe toda a situação.

Comprometeu-se ainda a adotar "todas as medidas necessárias para garantir a segurança de todos os cidadãos", explicando não haver indícios de que qualquer pessoa que contactou com a auxiliar de enfermagem tenha contraído o vírus.

Sobre as causas de contágio, Mato disse que se está a investigar o que ocorreu, todos os procedimentos e protocolos e ainda a forma como o caso da paciente foi tratado antes das análises positivas ao vírus.

 

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