Na Guiné-Conacri, onde o surto surgiu em março deste ano, registaram-se quatro mortes nas últimas 48 horas, uma na Nigéria, 12 na Libéria e outras 12 na Serra Leoa.
Nestes quatro países, os casos de doentes confirmados, prováveis e suspeitos de Ébola somam 1.779, indicou a OMS.
O país mais afetado é agora a Serra Leoa, com 717 casos, seguido da Libéria, com 554, e da Guiné-Conacri, com 495.
Na Nigéria, cuja situação está a ser acompanhada de muito perto por instâncias sanitárias internacionais, há 13 casos.
A OMS declarou hoje o surto de Ébola nestes países uma "emergência pública sanitária de âmbito internacional" e pediu a todos os países com recursos e capacidade que ajudem a contê-lo.
Segundo a Comissão de Emergência da organização, que avaliou os argumentos científicos em que se baseia esta declaração de emergência, "as consequências possíveis de uma propagação internacional 1/8da doença 3/8 são graves, dada a força do vírus".
A comissão da OMS está também preocupada com o facto de o vírus poder ter um padrão de contágio intenso dentro das comunidades, assim como nos estabelecimentos de saúde.
Este facto, juntamente com o de a Guiné-Conacri, a Libéria e a Serra Leoa terem sistemas sanitários considerados "muito débeis", aumenta o risco, segundo os especialistas.
Em Portugal, a Direção Geral de Saúde vai divulgar hoje à tarde uma posição concertada com os parceiros europeus sobre a declaração do estado de emergência mundial de saúde pública.
Os hospitais de referência definidos para atender estes casos são o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa, e o São João, no Porto.
O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue e outros fluidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
ANC // JMR
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