Ébola

Surto de Ébola na África Ocidental infetou 1.711 pessoas e causou 932 mortos

O surto de Ébola na África Ocidental já infetou  1.711 pessoas, das quais 932 morreram, de acordo com o mais recente balanço  divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  

(Arquivo Reuters)
© Reuters Staff / Reuters

Entre 2 e 4 de agosto, nos quatro países afetados pela epidemia -  Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria -- registou-se um total de  108 novos casos e 45 mortos.    

No total, desde o início do surto, foram detetados 1.711 casos em quatros  países: 495 na Guiné-Conacri (351 confirmados, 133 prováveis e 11 suspeitos)  e 363 mortos; 516 na Libéria (143 confirmados, 252 prováveis e 121 suspeitos),  registando 282 mortos; 691 na Serra Leoa (576 confirmados, 49 prováveis  e 66 suspeitos) e 286 mortos e nove na Nigéria (dois prováveis e sete suspeitos)  e dois mortos.    

A nova contagem foi conhecida hoje, dia em que a Organização Mundial  de Saúde (OMS) iniciou uma reunião de emergência de dois dias sobre a epidemia,  para decidir se deverá declarar o surto como "emergência sanitária de alcance  mundial".   

As conclusões do encontro serão anunciadas na sexta-feira, numa conferência  de imprensa.   

A emergência sanitária de alcance mundial é definida como "um acontecimento  extraordinário que é suscetível de constituir um risco de saúde pública  para outros Estados com a doença que se propaga a nível internacional e  que potencialmente exige uma resposta coordenada", de acordo com um comunicado  desta agência das Nações Unidas.  

A OMS tem exprimido preocupação porque persistem crenças erradas em  relação à doença e a população não renuncia a costumes ancestrais como lavar  ou abraçar os cadáveres antes do enterro, ficando expostos ao contágio com  o vírus.   

A organização ativou a Rede Global de Alerta e Resposta, formada por  organizações internacionais, governos, universidades e outras entidades,  e solicitou a especialistas em diversas áreas que viajem para os países  afetados pelo Ébola para tentar conter o surto.   

O plano de resposta, que envolve a OMS e os países atingidos na África  Ocidental, está orçado em 100 milhões de dólares e identifica a necessidade  de ativar "centenas" de pessoas para ajudar nos trabalhos de prevenção e  controlo, além de centenas de trabalhadores humanitários e dos 120 funcionários  da organização que se encontram no terreno.  

O objetivo final do plano é parar a transmissão e preveni-la em novos  países.  

A doença, que se transmite por contacto direto com sangue e fluidos  corporais de pessoas ou animais infetados, causa hemorragias graves e pode  ter uma taxa de mortalidade de 90 por cento.  

Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ébola na África Ocidental, uma vez que até agora os surtos ocorriam na África  Central, e já se tornou na mais letal da história da doença.   

A epidemia eclodiu no início do ano na Guiné-Conacri, antes de alcançar  a Libéria e Serra Leoa, e agora a Nigéria. A taxa de morte tem sido de cerca  de 55 por cento. 

 

      Lusa

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