Cuba de Fidel

Cinco ministérios cubanos e central sindical iniciam processo de despedimentos

Cinco ministérios cubanos e a central sindical única iniciaram hoje o processo de redução dos funcionários do Estado, num plano que prevê a eliminação de meio milhão de postos de trabalho, indicou a agência espanhola Efe.

Os ministérios de Indústria Açucareira, Agricultura, Construção, Saúde Pública e Turismo foram os escolhidos para começar o "reordenamento laboral", uma das principais medidas aprovadas pelo governo de Raúl Castro para ultrapassar a grave crise económica que asfixia a ilha.



Funcionários de vários destes ministérios confirmaram à Efe o início do processo e adiantaram que este será realizado de forma paulatina, nos próximos quatro ou cinco meses, em função da dimensão e da quantidade de trabalhadores de cada unidade.



"A partir de 4 de janeiro reúne-se uma comissão que avaliará quais são os trabalhadores que podem ficar disponíveis [termo usado pelo regime cubano para designar os que vão ser despedidos] e o tratamento laboral e salarial que lhes será dado", especificou um especialista do Ministério da Agricultura.



Nestas comissões de avaliação participa, entre outros, a Central dos Trabalhadores de Cuba, cujo secretário-geral, Salvador Valdés, já garantiu que "ninguém ficará desamparado".



O aumento do emprego por conta própria é uma das alternativas laborais oferecidas aos despedimentos em massa de funcionários públicos, com o governo a prever que cerca de 1,8 milhões de cubanos passem para o setor não estatal da economia.



Este "reajuste laboral" marca o início do ano em Cuba, durante o qual se realizará o VI congresso do partido comunista, em abril.



A denominada "atualização do modelo socialista" significa, na prática, o aumento da iniciativa privada, a redução do emprego estatal, a eliminação de subsídios sociais, a flexibilização do mercado imobiliário e um novo sistema fiscal, entre outras novidades.



Raúl Castro afirmou, ao discursar na assembleia nacional em dezembro: "Ou retificamos ou nos afundamos e desperdiçaremos o esforço de gerações inteiras."



Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Lusa/Fim.

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