Horas depois de ter sido conhecida a posição do Presidente da República, fontes próximas de Belém garantem à SIC que o Primeiro-ministro "não gostou" da posição assumida pelo chefe de Estado. Um desagrado que António Costa terá deixado claro a Marcelo. No entanto, à SIC, o gabinete do primeiro-ministro assegura que não qualquer desconforto ou desagrado com a comunicação de Belém.
Nas várias conversas que existiram entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, o Primeiro-ministro defendeu que Mário Centeno não devia ser demitido, e, segundo as mesmas fontes, terá feito “vários elogios” ao ministro das Finanças. Mas em Belém a posição assumida é que Centeno teve um "comportamento censurável" e que se o “PR tivesse insitido” ele acabaria por sair.
Fontes próximas do Presidente garantem que a partir de agora Marcelo está de "olho vivo" no titular das pasta das Finanças. Mais: o ministro “não pode achar que tem folga” e passa a estar em "exame". As mesmas fontes explicam à SIC que o Presidente considera que o ministro devia ter dado explicações há vários meses, reconhecendo que Centeno só fica no cargo porque a sua demissão teria impactos sérios na estabilidade financeira do país e na frente externa. Em Belém, aliás, é recordada a demissão de Vítor Gaspar para lembrar esses efeitos negativos.
No comunicado de Belém, Marcelo invoca o "estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira" para justificar a manutenção de Mário Centeno na pasta. Na Presidência defende-se aliás que este é um argumento "maior" que servirá para "salvar" Centeno mesmo que surjam as SMS que terão sido trocadas entre o ministro e António Domingues. Logo se verá.