Brexit

Líder trabalhista defende "nova união aduaneira" após o Brexit

O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, defendeu hoje uma "nova união aduaneira" com a União Europeia (UE) após o Brexit e acusou o Governo conservador de deixar os britânicos "no escuro" quanto ao futuro.

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista britânico.
Darren Staples/ Reuters

"O Partido Trabalhista tentará negociar uma nova união aduaneira completa entre o Reino Unido e a União Europeia a fim de garantir a inexistência de direitos alfandegários com a Europa e de evitar uma fronteira rígida na Irlanda do Norte", declarou o líder do principal partido da oposição no Reino Unido, num discurso em Coventry (centro de Inglaterra).


"Todos os países geograficamente próximos da UE que não são membros da UE - a Turquia, a Suíça ou a Noruega - mantêm relações estreitas com a UE. O Reino Unido vai precisar de ter a sua própria relação por medida", acrescentou.


Mais de ano e meio depois do referendo que determinou a saída do Reino Unido da UE, em junho de 2016, "o país continua no escuro sobre o que este governo dividido quer do Brexit", criticou.


Para Corbyn, o país deve ter "uma nova relação forte com o mercado único que inclua um acesso completamente livre de direitos" ao mercado europeu.


"Queremos também negociar proteções, clarificações ou isenções onde forem necessárias", nomeadamente nos serviços públicos, as ajudas do Estado e o destacamento de trabalhadores.


A tomada de posição de Corbyn segue-se a um apelo, divulgado no domingo, de 80 destacados trabalhistas, entre os quais vários deputados, para a manutenção do país no mercado único, que permite a livre circulação de bens, pessoas, capitais e serviços.

O ministro britânico para o Brexit, David Davis, usou na semana passada uma metáfora cinematográfica para dizer que o Reino Unido não vai entrar numa espiral surrealista quando sair da União Europeia. Numa conferência na Áustria, David Davis referiu-se ao filme Mad Max para garantir que os britânicos não vão ficar isolados, nem deixar de estabelecer relações de interdependência.

A primeira-ministra conservadora, Theresa May, rejeitou permanecer no mercado único e na união alfandegária e deve apresentar na sexta-feira a sua proposta para uma parceria pós-Brexit com a UE.


O ministro para o Brexit afirmou a sua oposição a uma união aduaneira, explicando, num artigo no Daily Telegraph, que se Londres se mantiver no mercado comum perde o controlo da sua política comercial e está impedido de celebrar acordos de comércio livre com outros países do mundo.

Com Lusa

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