Wikileaks

Estados Unidos pedem extradição de Assange após detenção

Acusam o fundador do Wikileaks de "pirataria informática" e conspiração.

Victoria Jones

Os Estados Unidos acusam o fundador do WikiLeaks, Julian Assange de "pirataria informática" e conspiração, informou o Departamento de Justiça norte-americano.

De acordo com a acusação, que anteriormente estava sob sigilo, o australiano é acusado por Washington - enfrentando outras acusações de outros países - de ajudar a ex-analista de informação norte-americana Chelsea Manning a obter uma senha para aceder a milhares de documentos secretos da Defesa e, em seguida, revelar ao público.

"Julian P. Assange, 47, fundador da Wikileaks, foi preso no Reino Unido hoje de acordo com o acordo de extradição entre os Estados Unidos e o Reino Unido, devido ao seu envolvimento numa acusação federal de conspiração para se infiltrar em computadores, ao concordar em descodificar uma senha de um computador do Governo com informações confidenciais".

Assange incorre numa pena máxima de cinco anos de prisão, de acordo com a sua acusação nos Estados Unidos.

A nota detalha que, em março de 2010, este especialista em computação de origem australiana coordenou com o ex-soldado Chelsea Manning - que na época trabalhava como analista de informação do Departamento de Defesa dos EUA sob o nome de Bradley Manning - para aceder a material classificado do Governo.

Manning deu acesso ao WikiLeaks em 2010 a mais de 700.000 documentos classificados como secretos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão e outros assuntos do Departamento de Estado, o que foi um revés para a diplomacia dos Estados Unidos e alimentou um debate sobre o papel de Washington no mundo.

A acusação revelada hoje implica que Washington considera que Assange não era um mero destinatário desses documentos, mas colaborou ativamente com Manning para obter acesso a aqueles.

"Manning, que tinha acesso a computadores devido às suas obrigações como analista de informação, estava a usar o equipamento para copiar relatórios confidenciais e transferi-los para o Wikileaks".

A justiça norte-americana considera que a descodificação da senha "teria permitido que Manning se conectasse aos computadores com um usuário estrangeiro", o que "teria tornado mais difícil" para os pesquisadores identificarem a origem das fugas de documentos.

Com Lusa

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