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Urgências: há quem espere quase 28 horas para ser atendido no Hospital de Leiria

O marido de uma doente conta à SIC que a esposa chegou ao hospital na tarde de domingo de Páscoa, mas pelas 21:00 do dia seguinte ainda não tinha sido atendida. Há ainda relatos de idosos que ao fim de 10 horas à espera acabaram por desistir.

Nelson Mateus

Pedro Castanheira

SIC Notícias

O tempo de espera na urgência do Hospital de Leiria ultrapassou, na segunda-feira, as 27 horas. O centro hospitalar fala de um imprevisto na escala que levou à falta de médicos durante o dia.

Não é caso único, mas a mulher de Paulo Marques será uma das doentes que mais tempo ficou à espera no Hospital de Leiria. As dores na zona lombar e numa perna levaram-na à urgência onde chegou a meio da tarde de domingo, no entanto, quase 28 horas depois ainda não tinha sido atendida.

Sem ser atendida, a doente chegou a deixar a urgência durante a madrugada de segunda-feira, mas as dores obrigaram-na a voltar ao início da manhã.

De acordo com as declarações de Paulo Marques, o marido da doente, à SIC, no regresso encontrou à espera exatamente os mesmos doentes com quem tinha estado horas antes.

"Só lhe viram a temperatura, mais nada. Tiveram a ver se ela tinha febre, se não tinha e nenhum médico a viu. Continua com as dores", lamenta o marido.

“Vou ter de a levar sem assistência”

Na urgência, a preocupação era partilhada pelas famílias de vários doentes que esperavam para ser atendidos. Depois de 10 horas de espera, Raúl decidiu levar a sogra de volta a casa. Também aqui a doente tinha pulseira amarela.

"Não foi vista por nenhum médico, não lhe deram comida, não lhe perguntaram nada e vou ter de a levar sem assistência. Já chamei a PSP para identificar os médicos e os enfermeiros por abandono, vou apresentar uma queixa por abandono", afirma Raúl.

Em resposta à SIC, a unidade local de saúde fala de falta de médicos durante os turnos desta segunda-feira, uma situação que terá sido provocada por imprevistos na escala das urgências

É referida ainda a elevada afluência de utentes, um cenário que não foi visto por quem passou parte da madrugada no hospital.

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