Luís Montenegro foi indigitado primeiro-ministro esta madrugada e participa esta quinta-feira na reunião do Partido Popular Europeu (PPE) que antecede a cimeira de líderes europeus. A constituição do novo Governo será apresentada ao Presidente da República a 28 de março. Para a politóloga Paula Espírito Santo, o futuro Executivo irá ser muito escrutinado e deverá ser constituído por pessoas do “círculo mais próximo de Luís Montenegro”.
O novo Governo vai tomar posse no início do próximo mês, a data foi anunciada pelo próprio líder do PSD à saída da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, que durou cerca de 20 minutos. Montenegro revelou que apresentará a composição do Governo no dia 28 de março e que acordou com o Presidente a marcação da tomada de posse para 2 de abril.
Sobre a constituição do futuro de Executivo, “há hipótese de termos políticos profissionais, entre aspas, pessoas que são da confiança de Luís Montenegro” e também “há sempre a margem para introduzir rostos novos, independentes, pessoas ligadas a vários setores, à academia, especialistas”.
Tal como o líder do PSD tinha referido, a politóloga lembra que "a AD é um projeto que contempla três partidos e também independentes. Daí que é natural que uma parte do Governo venha, naturalmente, do PSD. Também sabemos que terá de vir do CDS das figuras mais eminentes do CDS, dificilmente do PPM. Não sabemos da Iniciativa Liberal. Há essa hipótese ainda de se incluir em dois ministros da Iniciativa Liberal (IL)".
Esta possibilidade de o Governo de Montenegro vir a ter pastas dirigidas por ministros da IL foi adiantada pelo social-democrata Luís Marques Mendes, no espaço de comentário semanal na SIC.
A politóloga Paula Espírito Santo realça ainda que o Governo de Montenegro vai beneficiar da “ideia de estado de graça, de ser algo de novo, de rejuvenescido, relativamente ao momento anterior. E a expectativa é grande, porque essas figuras vão ter que ter solidez suficiente, do ponto de vista político, para terem também e darem credibilidade ao projeto governativo”.
Essa será agora a grande questão, assim como o tão aguardado elenco governativo que, no entender de Paula Espírito Santo, poderá ser composto por “pessoas já com alguma algum lastro político, mesmo que não tenham tido funções, porque não é provável que, dado que o PSD está afastado há algum tempo do exercício de funções governativas e o CDS também, mas é provável que sejam rostos ligados neste caso, ao círculo mais próximo de Luís Montenegro”.
O 19.º presidente do PSD vai assumir a liderança do Governo - nove anos depois de o partido ter deixado o poder, em 2015 - sem ter tido experiência executiva, embora já tenha dito publicamente que recusou por três vezes ocupar cargos no Governo (com Santana Lopes e duas com Passos Coelho) por razões familiares.