Um ensaio clínico revelou a eficácia de uma terapia para impedir o crescimento de tumores neuroendócrinos no pâncreas e no trato gastrointestinal, foi divulgado no Congresso de Cancro Gastrointestinal da Sociedade Americana de Oncologia Médica
O estudo, apresentado em São Francisco (Estados Unidos), centra-se na terapia com radioligandos direcionados (RLT), que utiliza radiação para tratar células tumorais com toxicidade mínima para células saudáveis.
Os investigadores testaram os radiofármacos em pacientes com tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos avançados, noticiou a agência Efe.
Os tumores neuroendócrinos são um tipo de cancro que se origina nas células neuroendócrinas de todo o corpo, responsáveis pela liberação de hormonas no sangue em resposta a estímulos do sistema nervoso.
Os tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos (no pâncreas ou outras partes gastrointestinais) são considerados malignos, mas de crescimento lento, embora alguns tenham progressão rápida e mau prognóstico, e também sejam diagnosticados em estágios avançados.
Estudo avaliou pela primeira vez a eficácia desta terapia
Os resultados de um novo estudo demonstram que, com esta terapia como tratamento de primeira linha, a sobrevivência livre de progressão melhora em pacientes recém-diagnosticados, o que se traduz num aumento do tempo decorrido durante e após o tratamento em que o cancro não cresce nem se espalha ainda mais.
Participaram no estudo 226 pacientes recentemente diagnosticados com este tipo de tumores avançados de grau 2 e 3.
Os participantes que receberam o radiofármaco chegaram a 22,8 meses livres de progressão, em comparação com 8,5 meses para os outros pacientes.
Embora sejam tumores raros, a sua incidência aumentou mais de 500% nas últimas três décadas e há necessidade de opções de tratamento adicionais para pacientes recém-diagnosticados com doença avançada ou inoperável.
"Atualmente, não existe uma terapia de primeira linha universalmente aceite para tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos bem diferenciados e de alto grau", frisou Jaume Capdevila, oncologista do Hospital Universitário Vall d'Hebron e investigador sénior do Grupo de Tumores Gastrointestinais e Endócrinos VHIO, que participou do estudo.
Capdevila destacou que os resultados "representam uma potencial mudança na prática clínica" no tratamento destes pacientes.
Esteja atento aos sintomas e as fatores de risco para o aparecimento do cancro do pâncreas
O cancro do pâncreas é, normalmente, silencioso até uma fase avançada da doença e os sintomas variam com a localização do tumor no próprio órgão, muitos deles podem ser inespecíficos.
Segundo a DGS, estes são os sintomas mais comuns:
- Dor abdominal
- Perda de apetite
- Emagrecimento
- Cansaço
- Pode ainda surgir coloração amarelada dos olhos e pele (icterícia) se o tumor envolver a cabeça do pâncreas e provocar obstrução da drenagem biliar.
Também segundo a DGS, estes são os fatores de risco associados a esta neoplasia maligna:
- Tabagismo crónico;
- Obesidade;
- Diabetes mellitus com início a partir dos 50 anos, sobretudo nos 3 primeiros anos após o diagnóstico;
- Pancreatite crónica, geralmente associada ao consumo de álcool e tabaco, é um fator de risco adicional;
- Doentes portadores de determinado tipo de quistos (mucinosos) do pâncreas;
- Predisposição familiar: o risco de desenvolver cancro do pâncreas é superior nos familiares de 1º grau (pais, irmãos ou filhos) que tenham ou tiveram a doença (particularmente quando esta surge antes dos 50 anos).
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