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60% dos portugueses acreditam que os tratamentos contra o cancro não são acessíveis a todos

Este é um dos dados em destaque na sondagem que a GfK realizou para o Expresso e para a SIC Notícias sobre a perceção da população relativamente à temática do cancro.

Cerca de 60 mil novos casos são diagnosticados, por ano, no país

Sara Fevereiro

Por mais um ano, a SIC Notícias voltou a apurar as perceções dos portugueses em relação ao cancro. A amostra foi constituída por 1002 entrevistas, e o universo de participantes constitui-se por indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal continental.


Sem surpresas, o cancro é a doença que os portugueses mais temem (64%). Ao ser um problema de saúde bastante “democrático” no sentido em que pode aparecer a qualquer pessoa, independentemente da idade (apesar de ter maior incidência em pessoas com 65 anos ou mais), a incerteza e o receio falam mais alto. Não obstante, 61% considera que o cancro pode ser prevenido, o que mostra que existe consciência - entre a maioria da população - de que tanto o estilo de vida saudável, como a realização de rastreio, podem impactar positivamente na incidência das neoplasias malignas. Apenas 29% acredita que é possível prevenir na maioria dos casos.


Liga Portuguesa Contra o Cancro

é a entidade mais referida no que toca à divulgação da prevenção do cancro, à frente do SNS, dos Centros de Saúde e dos Hospitais

Mesmo que maioria da população que já teve ou tem cancro atualmente foi/esteja a ser acompanhada no sector público (82% e 95%, respetivamente), 60% considera que não existe equidade no acesso aos tratamentos. Para José Dinis, diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, uma medida que ajudaria muito no combate à desigualdade no acesso, seria a “existência de uma rede de centros de referência”. Outra lacuna que pode contribuir para esta dificuldade no acesso é a falta de recursos humanos no sistema de saúde me geral. “A falta de recursos humanos continua a ser um grande desafio”, confirma Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

Espera-se que, em breve, o novo Programa Nacional para as Doenças Oncológicas seja divulgado na sua versão definitiva, sendo que esteve em consulta pública até julho do ano passado. O documento deverá responder às necessidades mais prementes da oncologia nacional.

Consulte o site www.tenhocancroedepois.pt para estar a par dos dados que a sondagem revelou. Leia, também, o artigo publicado no início de novembro no Jornal Expresso sobre o mesmo assunto.








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