Saúde e Bem-estar

Cancro da mama em mulheres jovens está a aumentar

O diretor do serviço de oncologia do Hospital de Santa Maria, professor Luís Costa, estará na conferência no hospital CUF Tejo, em Lisboa, que destaca o aumento do cancro da mama em mulheres jovens e a urgência de diagnóstico precoce.

SIC Notícias

O cancro da mama em mulheres jovens será o tema de uma conferência no hospital CUF Tejo, em Lisboa, que se inicia na próxima terça-feira. Com a presença de especialistas nacionais e internacionais, o evento é promovido por uma fundação criada há três anos com o objetivo de abordar este tipo de cancro em mulheres com menos de 40 anos.

Nos últimos anos, verificou-se um aumento na incidência de cancro da mama entre mulheres jovens, um fenómeno observado, por exemplo, nos Estados Unidos, onde “houve um aumento de cerca de 2,5% por ano, quase 3%, de novos casos em cancros da mama em mulheres muito jovens, abaixo dos 40 anos de idade,” segundo um estudo da Universidade de Washington.

"Há um crescimento de incidência de novos casos de cancro da mama em mulheres jovens. Nós não temos uma estatística tão apurada como temos nalguns outros noutros países, nomeadamente nos Estados Unidos, mas em Portugal, o registo oncológico de 2020 aponta para mais de mil casos diagnosticados antes dos 45 anos de idade, de um total de 7.500", explica o diretor do serviço de oncologia do Hospital de Santa Maria, Luís Costa.

O diagnóstico precoce deste tipo de cancro enfrenta desafios específicos, uma vez que “não pode haver rastreio para todas as mulheres […] a partir dos 20 ou 25 anos de idade, isso é impensável.”

No entanto, a investigação em curso procura desenvolver métodos de rastreio individualizados, com base em fatores de risco específicos de cada mulher.

“Tem que haver no futuro mais conhecimento para fazer os chamados rastreios individualizados,” sublinha o especialista.

Para além da componente médica e científica, a conferência no CUF Tejo incluirá a perspetiva dos próprios pacientes e das suas famílias, que irão partilhar as questões que consideram mais pertinentes para que estas sejam abordadas pela comunidade científica.

“Vamos ter pela primeira vez […] doentes e familiares de doentes a intervirem, a porem as questões que acham que são mais relevantes. […] As questões individuais podem gerar perguntas científicas muito importantes,” afirma o especialista.

Até que sejam desenvolvidos novos métodos de deteção, a recomendação para as mulheres mais jovens é simples:

“Qualquer alteração que uma mulher sinta que está na sua mama e que não tinha antes deve reportar ao seu médico.”

Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde estejam sensibilizados para a importância de valorizar os sintomas reportados pelas doentes, uma vez que “os casos que nós temos conhecido de doença, infelizmente, já em estado avançado, ocorreram porque não houve a valorização necessária dos sintomas que as mulheres estavam a reportar.”

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