A primeira entrada no Hospital de Viseu aconteceu no final de junho. O idoso, de 80 anos, queixava-se de fortes dores na anca e na perna. Recebe alta e sai, apenas com medicação para as dores. Semanas depois regressa à urgência com as mesmas queixas.
"Dores muito fores e venho eu buscá-lo e levo-o ao hospital novamente no dia 13 de julho. Nesse dia, passo 12 horas com ele no hospital aqui em Viseu onde ele faz novamente um RX, uma ecografia à perna, dão-lhe mais medicação para as dores e mandam-no novamente para casa", conta Goreti Carneiro, filha do utente.
Apesar das dores, o idoso continua a ser sujeito a viagens de dezenas de quilómetros de dois em dois dias. Faz hemodiálise e mora em Castro d'Aire. Tudo à espera de um exame numa clínica privada.
"Dão-me um documento para ir ao médico de familia dele, a Castro D'Aire para o médico de familia passar uma TAC. Exame esse que tivemos de marcar e estar à espera e só no dia 5 é que ele a foi fazer (…) e viram que afinal tinha uma fratura da anca bastante grave", recorda Goreti Carneiro.
Já com o relatório do exame a comprovar a fratura na anca, o doente regressa à urgência onde permanece internado à espera de cirurgia.
"O Hospital [de Viseu] nunca lhe fez TAC nenhuma, não lhe fez nenhum exame adjacente aos RX, portanto, foi a única coisa que lhe fizeram. Ontem ficou internado no hospital onde dizem, também, que agora há 40 pessoas à frente", diz Goreti Carneiro
Contactada pela SIC, a Unidade Local de Saúde Viseu Dão-Lafões confirma os episódios de urgência do utente e garante que todos os exames de diagnóstico foram adequados ao quadro clínico que apresentava o homem.