Saúde e Bem-estar

Novo antibiótico pode matar bactéria que é das maiores ameaças à saúde humana

O ano arranca com boas notícias na área da ciência. Investigadores descobriram um novo antibiótico capaz de matar uma das três bactérias consideradas a maior ameaça à saúde humana devido à sua resistência a medicamentos.

KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRA

Ana Luísa Monteiro

O novo antibiótico chama-se Zosurabalpin e é resultado de experiências desenvolvidas por investigadores da universidade de Harvard e da farmacêutica Roche, que foram esta quarta-feira publicadas na revista Nature. Os investigadores afirmam que este novo fármaco pode matar eficazmente a bactéria Acinetobacter baumannii, responsável por graves infeções urinárias, pulmonares, e no sangue.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a bactéria Acinetobacter baumannii resiste a antibióticos carbapanemos, usados para tratar infeções severas, e, por isso, "representa uma ameaça significativa para os pacientes e os sistemas de saúde".

Geralmente, as infeções por Acinetobacter baumannii ocorrem em pacientes com doenças graves, internados em unidades de terapia intensiva, que estão frequentemente relacionadas com procedimentos invasivos (por exemplo, pacientes ligados a ventiladores). No entanto, segundo o ECDC, estas infeções estão a ser cada vez mais comuns em pacientes internados em enfermarias médicas.

O novo antibiótico tem um método de ação único, diz Kenneth Bradley, responsável pela investigação de doenças infecciosas da Roche e um dos investigadores envolvidos na descoberta. Num entrevista à CNN Internacional, explica:

"Esta é uma abordagem nova, tanto em termos do composto em si, mas também do mecanismo através do qual mata as bactérias."

A Acinetobacter baumannii é uma bactéria Gram-negativa, isto é, protegida por membranas internas e externas, o que dificulta o tratamento. Segundo o The Guardian, nenhum novo antibiótico para este tipo de bactérias foi aprovado em mais de 50 anos.

O objetivo da investigação era identificar e ajustar uma molécula que pudesse atravessar as membranas duplas e matar as bactérias. Foram necessários anos de pesquisa para chegar ao Zosurabalpin.

O Zosurabalpin foi eficaz em mais de 100 amostras clínicas, de acordo com a investigação. O novo antibiótico reduziu consideravelmente os níveis de bactéria em ratos com pneumonia e evitou a morte de ratos com septicemia causada pela bactéria.

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