Saúde e Bem-estar

Mosquito que pode transmitir dengue e zika identificado em Lisboa

A espécie de mosquitos Aedes albopictus foi identificada pela primeira vez no município de Lisboa, informa a Direção-Geral da Saúde. A presença desta espécie não é inédita em Portugal, mas no município sim.

seeer / Imazins

Ana Lemos

Maria Madalena Freire

A Direção-Geral da Saúde (DGS) informa, esta quarta-feira, que a espécie de mosquitos Aedes albopictus, que pode transmitir às pessoas doenças como chikungunya, dengue e zika, “foi identificada pela primeira vez no Município de Lisboa”. Apesar de a presença do mosquito não ser inédita no país, em Lisboa não havia sido até agora.

“O mosquito foi detetado pela primeira vez no país em 2017, na região Norte e, posteriormente, na Região do Algarve (2018) e Alentejo (2022). É conhecida a sua expansão pelo sul da Europa onde se tem vindo a instalar, nos últimos anos, em países como Itália, França e Espanha”, lê-se no comunicado enviado às redações.

A DGS sublinha, ainda assim, que “até ao momento (…) não foram identificados nestes mosquitos quaisquer agentes de doenças que possam ser transmitidas às pessoas, nem se registaram casos de doença humana".

Ainda assim, a DGS informa que “reforçou a vigilância entomológica e epidemiológica, estando em curso a implementação de medidas para controlar a população de mosquitos”.

Aedes albopictus

O mosquito aedes albopictus é originalmente das florestas tropicais do Sudeste Asiático, no entanto, já se encontra a viajar por vários países do mundo, nomeadamente a Europa nos últimos 50 anos.

O seu alcance de voo não é alargado, segundo o site oficial da DGS é cerca de 200 metros. No entanto, o aedes albopictus consegue transportar-se até tão longe de forma peculiar: mercadorias e contentores, nomeadamente de pneus usados e plantas.

A principal causa para a sua deslocação tem sido as alterações climáticas o que corresponde a elevadas temperaturas - ambiente favorável para a espécie.

No entanto, os mosquitos são bastante adaptáveis aos habitats. Por norma, os interiores de recipientes de água em zonas urbanas, suburbanas e rurais, assim como nas orlas das florestas, “podendo ser encontrado em áreas com vegetação no interior e em redor de habitações”.

As larvas e pupas - formas imaturas dos mosquitos - são encontradas em:

  • Pneus
  • Vasos de flores
  • Pratos sob vasos de plantas
  • Urnas
  • Baldes
  • Latas
  • Lagoas
  • Tambores
  • Tampas de garrafa
  • Sarjetas

Como identificar?

Os mosquitos adultos são pretos com manchas brancas ou prateadas, nomeadamente na zona dorsal do tórax.

A fêmea mais velha alimenta-se de sangue, de preferência humano, sendo que também pica animais. A picada poderá não se distinguir das outras, no entanto a DGS descreve-a como “agressiva” e que provoca uma “reação exuberante”.

O tempo preferido de refeição? Ao início da manhã e ao final da tarde.

Esta espécie de mosquitos sobrevivem durante cerca de três semanas.

O que fazer?

Segundo o site oficial da DGS, a eliminação e redução desses espaços onde habitam as larvas pode ser efetuada com adoção de medidas como:

  • "Colocar no lixo os objetos que sejam para descartar, assegurando que o contentor de lixo é tapado;
  • Pneus fora de uso devem ser entregues numa estação de reciclagem ou resíduos sólidos ou mantidos secos em lugar coberto;
  • Pratos com vasos de plantas devem ser eliminados ou virados ao contrário;
  • Poços, tanques e outros depósitos de água doméstica devem ser tapados, impedindo a entrada de mosquitos;
  • Piscinas devem ser tratadas e limpas, tapadas ou esvaziadas se não estiverem em uso;
  • Caleiras e calhas devem ser mantidas limpas, assim como sargetas;
  • Em tanques ou lagos decorativos a criação de peixes deve ser considerada, pois estes alimentam-se das larvas de mosquito;
  • Bebedouros e taças de alimentação de animais devem ser lavadas e esfregadas uma vez por semana".

Efeitos da picada

Quando se é picado por este mosquito a reação poderá ser intensa, com comichão local. bem como reação exuberante com vermelhidão e inchaço.

“Se se for infetado, pode transmitir o vírus e parasitas causadores de doenças como: chikungunya, dengue, zika e dirofilaria”, lê-se no site.

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