Por ano são diagnosticados em Portugal 10 mil novos casos de cancro do cólon. O rastreio, principal forma de deteção precoce de tumores, continua a não ser uma realidade nacional. O IPO do Porto ganhou financiamento da União Europeia exatamente para trabalhar no aumento da eficácia destes rastreios.
Neste mês europeu de sensibilização para o cancro do intestino é importante combater os estigmas associados à doença, mas também apelar a que o programa de rastreio esteja disponível em todo o país.
É esse o repto da Associação de Doentes Europacolon, que já pediu a intervenção do ministro da Saúde para dar o passo seguinte.
“Não há rastreio a nível nacional”
Vitor Neves, presidente da organização, refere que “por um lado não há rastreio a nível nacional e por outro lado não há resposta para os testes positivos, porque os protocolos com os hospitais centrais não estão a ser cumpridos”.
O rastreio do intestino, que deveria ser nacional, funciona sobretudo na região norte. No IPO do Porto já é possível fazer o balanço destes cinco anos de prática e Mário Dinis Ribeiro, diretor de gastrenterologia na instituição, garante que existem cada vez mais casos precoces da doença.
IPO do Porto conseguiu financiamento europeu
O centro de investigação do IPO do Porto conseguiu recentemente financiamento europeu para deteção precoce do cancro colorretal.
Um dos objetivos é aumentar a eficácia dos rastreios, como é o caso da pesquisa de sangue oculto nas fezes - esta prática não invasiva consiste em procurar nos vários fluidos orgânicos a presença da doença.
O cancro do intestino é um problema de saúde pública e é a segunda causa de morte por doença oncológica. O diagnóstico precoce é essencial.