Saúde e Bem-estar

“Se esperarmos, lamento, será tarde demais”. O novo alerta sobre a malária em África

Mosquito responsável pela malária na Índia está a ameaçar cidades africanas.

James Gathany

SIC Notícias

Larvas do principal mosquito vetor da malária na Índia - o Anopheles stephensi - estão agora "abundantemente presentes" por todo o continente africano, informaram investigadores da Holanda e da Etiópia.

O principal responsável pela transmissão da malária em África - o mosquito Anopheles gambiae - afeta sobretudo as áreas rurais. No entanto, os especialistas receiam que este mosquito da Índia “ataque” especialmente áreas urbanas, incluindo cidades na Etiópia, Sudão e Djibouti, o que pode aumentar a propagação da doença.

A malária, que é transmitida pela picada do mosquito Anopheles, é uma doença com tratamento. Ainda assim, só em 2019 cerca de 409.000 pessoas morreram, 94% das quais em África, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

"Este mosquito parece ser um propagador extremamente eficiente das duas principais variantes da malária", disse Teun Bousema, epidemiologista no Radboud University Medical Center em Nijmegen, na Holanda.

Os investigadores alertam que é necessário e urgente implementar medidas que impeçam a disseminação dos mosquitos para áreas urbanas do continente africano.

"Quando este tipo de coisas é descoberto, as pessoas dizem 'é apenas um mosquito, iremos preocupar-nos quando for um vetor’. A questão é que podemos resolver isto já. Se esperarmos até começar a causar surtos, lamento, mas será tarde demais. Tudo o que será possível é gerir o problema", explicou o biologista Jo Lines à CNN.

Jo Lines alerta que se o Anopheles stephensi se espalhar para as cidades africanas, as consequências serão graves.

“O centro das cidades tem sido até agora o único refúgio da malária”, disse. "Mas no futuro, se o Anopheles stephensi se estabelecer, isso deixará de ser o caso."

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