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As histórias descobertas nos sapatos de Auschwitz

Hanna Kubik, curadora do Museu de Auschwitz e uma das investigadoras que tem dedicado os últimos anos a encontrar pistas sobre quem morreu no campo de concentração nazi, afirma: "É importante descobrir o máximo de informação possível, conhecer o destino das pessoas e honrá-las."

SIC Notícias

A investigação começou depois de uma descoberta durante os trabalhos de conservação em Auschwitz. Os sapatos expostos, pertencentes às vítimas do campo de concentração nazi, tinham inscrições no interior. Palavras ou letras que estão a ajudar a perceber a história das vítimas do Holocausto.
Num dos sapatos de uma criança, foi encontrada uma inscrição com um nome completo, a marcação do transporte e o número de registo na lista de transporte.
As inscrições permitiram chegar a um nome: Amos Steinberg. Nasceu a 26 de junho de 1938 e viveu em Praga.
A 10 de agosto de 1942, foi encarcerado juntamente com os seus pais Ludwig e Ida no Gueto de Theresienstadt, perto de Praga. Todos foram deportados para Auschwitz. Esta foi a primeira história de muitas, descobertas nos sapatos de Auschwitz.
Os primeiros judeus húngaros foram enviados para Auschwitz a 28 e 29 de abril de 1944, a partir do campo de Kistarcsa, perto de Budapeste, e da cidade de Topolya, na Voivodina.
A fase principal da deportação começaria 15 dias depois, a 14 de maio, e durou cerca de 2 meses. Neste período, 142 comboios chegaram a Auschwitz, no total foram cerca de 420 mil deportados. Pouco após a chegada a Auschwitz, entre 325.000 e 330.000 pessoas perderam a vida nas câmaras de gás, representando mais de 75% dos judeus deportados da Hungria.

“É importante conhecer o destino das pessoas e honrá-las”

Hanna Kubik é curadora do Museu de Auschwitz e uma das investigadoras que tem dedicado os últimos anos a encontrar pistas sobre quem morreu no campo de concentração nazi.
"Para nós, é importante descobrir o máximo de informação possível, conhecer o destino das pessoas e honrá-las."
Num só sapato Hanna conseguiu pistas para identificar mais duas vítimas: Elza van der Veen e Aaltje Wallega.
Elza nasceu a 12 de agosto de 1925 e Aaltje era a sua irmã. Chegaram a Auschwitz com 17 e 3 anos, foram mortas numa das câmaras de gás do campo de concentração.
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