Grande Reportagem SIC

"Semear o Futuro": Portugal é dos que mais envia sementes para o Ártico para serem usadas em caso de catástrofe

Portugal detém um dos melhores bancos de germosplasma do mundo mas depende, cada vez mais, das sementes produzidas na Ásia e na América do Sul. "Semear o Futuro" é a Grande Reportagem desta quinta-feira.

Carlos Rico

José Vaio

António Soares

A ameaça nuclear e a instabilidade climática podem levar ao desaparecimento de espécies vegetais que estão na base da alimentação humana. Perante este cenário de insegurança e incerteza, o Banco Mundial de Sementes, construído no Ártico, ganha especial relevância.

A equipa das "Sementes Vivas", uma empresa da Idanha-a-Nova, desenterra uma centena de chifres com excrementos de animais que durante meses estiveram em contacto direto com a terra, dando origem a um fertilizante 100 por cento natural.

É uma das componentes da produção biológica e biodinâmica de sementes que permitiu colocar no mercado cerca de 300 variedades, sete das quais em risco de desaparecer.

“É o pimento do Sabugal, é o tomate de Inverno e tomate cereja de Inverno, é o tomate da campina, uma variedade de tomate aqui da zona de Idanha-a-Nova, temos feijão Murtosa, cenoura pau-roxo, que é uma variedade tradicional alentejana, e temos o Manuel António, uma variedade de melão tradicional de Alpiarça.”

A preservação de variedades tradicionais é uma das missões do Banco Português de Germoplasma Vegetal.

Com sede em Braga, o banco é um dos principais doadores da Reserva Mundial de Sementes construída no Ártico, para fazer face a eventuais catástrofes nucleares ou ambientais.

“Temos cerca de 1.300 entradas ou acessos da coleção portuguesa (...) de milho, de centeio, de cevada, de feijão, e os trigos portugueses.”

Trata-se de semear o futuro, garantindo a manutenção de sementes que há milhares de anos estão na base da alimentação humana.

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