Ouvir e sentir é o que Ben Neuman treina numa piscina de Munique, já que o atleta de 19 anos não vê. Por causa de um problema genético perdeu a visão aos seis anos mas aos 13 decidiu apanhar a primeira onda.
Agora, já em idade adulta, ganhou uma medalha de bronze no Campeonato do Mundo de Parasurf. Está a trabalhar para o ouro no próximo campeonato na Califórnia.
Mas como é que se treina com quatro sentidos?
Ben vai enfrentar as ondas do Oceano Pacífico na Califórnia mas treina em águas mais tranquilas. Na verdade, o balanço que ali aprende serve para muito mais que a competição desportiva.
No dia-a-dia, Ben não precisa da voz do pai a avisá-lo dos altos e baixos do caminho como em cima da prancha. Não precisa mas ouve-a à mesma como o maior motivador sobre como ultrapassar obstáculos.
Ben Neuman espera ainda qualificar-se para competir nos Jogos Paralímpicos de 2028.
No Egito também há quem tem todos os sonhos do mundo
Mohammed Qourany tem 26 anos e todos os sonhos do mundo. Nasceu numa aldeia remota do Egito sem uma parte do braço esquerdo, mas diz que isso nunca o condicionou.
Sempre jogou futebol com os amigos, mas há um ano começou a jogar mais a sério depois de ter descoberto que havia equipas e uma liga para jogadores amputados.
Foi formada uma seleção que, pela primeira vez, vai representar o Egito no Campeonato do Mundo que vai realizar-se em 2026.
Faz desporto nas poucas horas vagas que tem. Os dias são passados entre o trabalho numa fábrica de mármores, o trabalho no campo e a ginástica orçamental para sustentar os três filhos.