Investigação SIC

Corrida ao Ozempic: loucura pelo medicamento usado para emagrecer chegou ao mercado negro

Alguns médicos estão a prescrever o fármaco a não diabéticos para perda de peso. O Ozempic está a ser vendido no mercado negro por preços até 15 vezes superiores ao normal, sendo uma opção mais barata que outros medicamentos para obesidade quando comparticipado.

Sofia Cordeiro Coelho

João Aveiro

Marta Coelho

Marisabel Neto

Há uma corrida desenfreada a um famoso medicamento para diabéticos, mas que é procurado também por quem quer emagrecer. As farmácias estão sem stock e muitos doentes estão sem tratamento.

A Investigação SIC descobriu médicos que prescrevem o fármaco a não diabéticos, apenas para a perda de peso. E entrou no mercado negro, onde o Ozempic chega a custar 15 vezes mais do que nas farmácias.

A eficácia do medicamento na perda de peso e os baixos riscos associados levam muitos médicos a receitar o Ozempic também a não diabéticos que querem ou precisam de emagrecer.

O problema é a falta de alternativas. Há em Portugal medicamentos para tratar a obesidade, mas nenhum é comparticipado. Chegam a custar mais de 300 euros por mês.

A procura é cada vez maior, sobretudo por obesos. Em Portugal, os medicamentos para tratar a obesidade custam entre 200 a 300 euros por mês. Sendo comparticipado, o Ozempic custa pouco mais de 10 euros.

Questionado pela SIC, o Infarmed, a Autoridade do Medicamento, não diz se já foram identificados casos de venda do Ozempic fora do circuito legal. Uma situação que só se verifica porque nas farmácias é praticamente impossível de encontrar.

O Infarmed afirma que a escassez do medicamento não é um problema só em Portugal. E a própria farmacêutica que produz e comercializa o Ozempic admite dificuldade em dar resposta a tanta procura.

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