Geração 70

Zita Martins escreveu à NASA aos 20 anos, teve resposta e pôs Portugal no mapa da astrobiologia

Desde pequena que queria ser cientista e aos 20 anos escreveu um e-mail à NASA. Queria saber como podia fazer carreira na ciência espacial e teve uma resposta. Acabou por trabalhar para a NASA, atualmente é consultora do Presidente da República e muito crítica com a falta de investimento do Estado português.

NUNO FOX

Bernardo Ferrão

Mariana Óca Ferreira

Nasceu em 1979, em Lisboa. O pai era dono de uma empresa de produtos eletrónicos, a mãe trabalhava numa empresa alemã. A irmã e o irmão, mais velhos, sempre puxaram pela mais nova. “Costumo dizer que tinha duas mães e dois pais”, conta.

Começou a fazer ballet clássico aos 4 anos. Cresceu rodeada de livros, numa família onde o conhecimento era “fundamental” e o gosto pela ciência natural. “Tínhamos um telescópio verdadeiro em casa”, conta.

Aos 15 anos tirou um curso de língua e cultura russa, porque sentia que tinha de “aprender sempre mais.” Depois vieram os livros de Carl Sagan e começou o sonho pela astrobiologia.

Licenciou-se em Química no Instituto Superior Técnico, mas sempre quis perceber o que se passava “lá em cima.”

“Tenho muito respeito pelos astronautas. Sei os riscos que correm e o mal que faz à saúde”

“Gostava de olhar para o céu, mas ao mesmo tempo também não me via a ser astrónoma para o resto da vida.” Juntou a química ao espaço, é astrobióloga e aproveita-se das “muitas coisas que caem do céu” para descobrir, por exemplo, se há vida extraterrestre no Sistema Solar. Já participou em missões espaciais, mesmo sem nunca ter ido ao espaço e confessa que nem tenciona ir. “Tenho muito respeito pelos astronautas. Sei os riscos que correm e o mal que faz à saúde.”

É uma das grandes cabeças da sua geração e o orgulho dos pais. Viveu em Londres, foi “correspondente científica” da BBC e financiada pela Royal Scientific Society, onde conheceu o príncipe William.

A passagem pela NASA

Durante o doutoramento trabalhou na NASA, nos Estados Unidos, e percebeu algumas das diferenças com o nosso país.

“O ritmo de trabalho deles é incrível, trabalham durante muitas horas e não se queixam.” Sempre quis regressar a Portugal e “devolver todo o investimento que o meu país fez em mim.”

“Geração 70“ é uma conversa solta com os protagonistas de hoje que nasceram na década de 70. A geração que está aos comandos do país ou a caminho. Aqui falamos de expectativas e frustrações. De sonhos concretizados e dos que se perderam.

Um retrato na primeira pessoa sobre a indelével passagem do tempo, uma viagem dos anos 70 até aos nossos dias conduzida por Bernardo Ferrão.

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