Tal como em inúmeras famílias, os avós de Catarina Vieira estavam ligados ao mundo do vinho. Do lado materno, pelo comércio, do lado paterno pela agricultura. Sem o saber, quando se mudou com os pais para Leiria, os passeios com o avô Manuel pela vinha iriam plantar raízes para o futuro.
O Vale da Mata, em Leiria, passou a ser uma memória de infância, até ao dia em que Catarina concluiu os estudos de agronomia e descobriu a paixão pela viticultura.
José Ribeiro Vieira, fundador da Movicortes, vasto grupo empresarial, encontrou na Herdade do Rocim uma terra especial. Os 120 hectares no Alentejo, entre Cuba e a Vidigueira, eram mais do que um terreno para ensaios.
A morte prematura do pai em 2012 colocou Catarina Vieira à frente dos destinos do grupo.
Olho de Mocho é uma das vinhas mais velhas do Rocim. Nos últimos anos esta parcela permitiu recuperar uma tradição com 2.000 anos que sempre existiu no Alentejo: o vinho de talha.
O vinho de talha nunca deixará de ser um vinho de nicho, até porque cada recipiente só produz cerca de 20 mil garrafas. Então, para onde irá o Rocim no futuro?
17 anos depois do nascimento da marca, mantém-se a salvaguarda de um estilo que seja fiel ao projeto. Catarina Vieira não esquece as origens.
Será a partir da Herdade do Rocim que os Vieira vão lançar o seu desafio de enoturismo mais ambicioso. Um hotel para abrandar ao ritmo alentejano.