Casos de Polícia

Torturada e violada, Filipa viveu 25 anos de violência doméstica

Filipa teve o cabelo e as sobrancelhas rapadas. Um dedo cortado. Sofreu uma série de atos criminosos ao longo de 25 anos de uma relação abusiva. "Não podemos continuar caladas. Temos de falar, mostrar e temos de aceitar ser ajudadas. Não temos que ter vergonha de nada", diz a vítima.

Ana Peneda Moreira

José Silva

Rui Félix

Fernando Ferreira

Teresa Dinis Basso

Há pouco mais de um ano, Filipa tinha o cabelo longo. Por opção, por gosto, por cuidado com a imagem pessoal. Mas em março do ano passado, Filipa teve o cabelo e as sobrancelhas rapadas. Não foi por gosto, foi um ato bárbaro de violência doméstica.

"Ele sempre foi muito ciumento (...) No início, para mim, ter ciúmes era sinal de amor", lembra Filipa Gonçalves, recordando também as chantagens que o antigo namorado fazia.

"O namoro é muitas vezes o primeiro grande momento de agressão. Porque é marcado por ciúmes obsessivos, doentios, de controlo, de dominância e que muitas vezes as pessoas na relação de namoro até vão de alguma forma desvalorizando", diz Daniel Cotrim, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.

O namoro deu lugar à vivência conjugal. Filipa foi acreditou que debaixo do mesmo teto, os ciúmes dariam lugar a maior confiança. Mas só piorou.

“Eu estava sempre à espera do momento em que ele estivesse bem para o deixar, porque eu tinha medo dele.”

O ex-companheiro de Filipa foi condenado e está na prisão, onde vai cumprir pena pelos vários crimes cometidos.

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