Não fosse o nome deixar qualquer dúvida, no Rice Me todos os pratos que chegam à mesa levam arroz, desde as entradas às sobremesas. Esta é um negócio de mãe e filha, Dália e Renata respetivamente, que abriram as portas do restaurante há oito anos, depois de uma viagem a Nova Iorque, quando num encontro ocasional perceberam que o arroz-doce não era apenas português e era servido em vários cantos do mundo. Este grão, que é um dos cereais mais consumidos no mundo inteiro, despertou-lhes a curiosidade e partiram em busca das histórias, dos significados e das receitas do arroz.
Conta Renata que este é o “grão da felicidade e da fertilidade”, o que explica que seja atirado aos recém-casados à saída da igreja. “É um cereal que resiste às intempéries, então era visto como forma de subsistência, mantinha as famílias alimentadas e vivas e, por isso, unidas”, continua a proprietária que conclui dizendo que “defendemos que o grão de arroz é democrático, o preço é acessível a todos e trabalhamos para que se mantenha assim”.
Na próxima segunda-feira, 26 de fevereiro, este restaurante celebra oito anos e o convite é uma viagem pelas memórias gastronómicas de várias regiões do país, todas as receitas são confeccionadas com a matéria-prima de eleição da casa.
As comemorações são feitas com dois menus especiais à escolha, desenhados apenas para a ocasião. Ambos abrem com uma welcome drink, o Rice mule, feito à base de Saké. No primeiro menu, Memórias Tradicionais, a ementa começa com uma “Morcela de arroz”, com raízes na Beira Interior, seguida de uma “Canja de garoupa”, diretamente do receituário de Alcácer. O primeiro prato principal traz para a capital os sabores da ilha da Madeira com um “Arroz de lapas”. Já o segundo, o “Arroz de cabidela”, homenageia uma receita do norte do país. Para finalizar, a sobremesa é uma proposta açoriana, os “Pastéis de arroz”.
No segundo menu, Um Clássico nunca sai de moda, conte, nas entradas, com Peixinhos da horta, da região centro, e Canja de galinha com arroz, que invoca a portugalidade de todas as regiões do país. No momento principal da refeição, as sugestões são “Arroz de tomate com filetes de peixe galo”, que traz a tradição portuguesa no seu melhor, e diretamente do Alentejo conte ainda com “Arroz de coentros com pianinho”. A sobremesa, como não poderia faltar nesta celebração, é um clássico “Arroz-doce”.
Ambos os menus (€35) incluem o bolo e o espumante e é necessária reserva prévia.
Ainda para celebrar esta data especial, regressam ao Rice Me algumas pessoas que ajudaram a erguê-lo, como Paula Farinha que tomou conta da cozinha durante quatro anos e volta para preparar o “Arroz de cabidela”, que segundo Renata é “o melhor arroz de cabidela do mundo”.
O restaurante Rice Me (Rua Carlos Testa, nº 18-A, Lisboa. Tel. 914770741) é uma espécie de “ode ao arroz”, que serve as receitas tradicionais portuguesas, mas também se inspira nas tradições gastronómicas de várias partes do mundo. Na ementa habitual deste restaurante pode contar com várias especialidades, tais como o “Risotto de cogumelos e espargos” (€13,90), o “Pad thai de camarão” (€15,40) e o “Lombo de salmão ao mel e alecrim com arroz vermelho” (€18,75). Ao almoço pode optar pelo menu executivo (€13,80) que inclui o prato do dia, sempre de cozinha portuguesa, bebida e café. Para provar os pratos dos menus de aniversário, todas as semanas há um dia, que é variável, onde são servidos os arrozes de cabidela, ou de feijão com pataniscas de bacalhau, ou de coentros com pianinho, entre tantos outros. Ao sábado há ainda “Cozido à portuguesa” (€14,90 para uma pessoa e €25 para duas pessoas).