Com a saída de cena de Centeno, aqueles que no PS tinham o lugar de candidato a Belém guardado para apoiarem o atual governador do Banco de Portugal viram-se agora para uma mulher.
De preferência que consiga unir Costistas e Pedronunistas, que é como quem diz que consiga juntar passado próximo e presente.
Poderia ser Marta Temido mas a SIC apurou que à frente das preferências desses socialistas aparece... Elisa Ferreira.
Como Mário Centeno, também não é militante do PS. Foi comissária europeia por escolha de António Costa e agradará muito a Pedro Nuno Santos.
Com uma única certeza: seria uma escolha que deixaria António José Seguro isolado, com muitas dificuldades para obter o apoio do partido que liderou.
Elisa Ferreira diz apenas que não se mete nessa conversa:
“Não sou membro do PS, embora seja aquilo que por norma se chama companheiro de caminha, mas não vou interferir nesse assunto”.
Ao perfil, acrescenta já uma condição essencial quando olha para os outros nomes que se anunciam: é anti-Gouveia e Melo.
Elisa Ferreira tem um currículo invejável: primeira doutorada em Economia pela Universidade do Porto, duas vezes ministra do Ambiente, e três vezes eurodeputada.
De Bruxelas saiu em 2017 para vice-governadora do Banco de Portugal, onde se esperava que ficasse com o lugar que agora é de Mário Centeno, mas António Costa decidiu indicá-la para a comissão europeia e oferecer o lugar de governador ao seu ministro das Finanças.
Sobre a próxima corrida a Belém evita, porém, dar sinais de disponibilidade: “Gosto muito de intervir, de ajudar o meu país no que eu puder, é isso que tenho feito isso ao longo da vida, mas presidenciais não está no meu horizonte”.