Dezenas de famílias estão em protesto esta quarta-feira, junto ao Ministério da Educação, para exigir condições para os filhos com necessidades educativas que estão em escolas sem professores nem funcionários suficientes, lembrando que "a exclusão é solidão".
"Vocês não fazem nada. Vocês, não fazem nada", gritam dezenas de pais e mães em representação de "milhares de alunos com dificuldades educativas que não encontram nas escolas as respostas necessárias" para os acompanhar, disse à Lusa Lourenço Santos, fundador do Movimento Inclusão Efetiva, que convocou o protesto.
"A Ariana não tem perceção que está atrasada em relação aos colegas, não sei se posso dizer feliz ou infelizmente", desabafou Rosilane, mãe da menina que em breve vai fazer 10 anos mas ainda está no 3.º ano de uma escola em Arruda dos Vinhos, onde conta apenas com quatro horas de apoio semanal apesar de ter Síndrome de Sotos e autismo associado.
A Ariana aprende mais devagar do que os outros meninos da sala, tem "dificuldades em verbalizar o que sente e em aprender matemática" e por isso precisava de muito mais apoio na escola, disse à Lusa a mãe, uma das muitas manifestantes do protesto.
Rosilane está desde as 10:30 em frente ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação, "a exigir, pelo menos, o cumprimento do decreto-lei de 2018", lembrando que "a exclusão é solidão".
O Movimento pela Inclusão Efetiva quer que o Governo crie condições para que as crianças com necessidades educativas especiais possam ser acompanhadas na escola publica. A inclusão está legislada, mas dizem que faltam recursos humanos e técnicos para que saia do papel.