Um dos exemplos mais representativos desta realidade é o Agrupamento de Escolas Adelaide Cabette, em Odivelas, que acolhe atualmente alunos de 43 nacionalidades diferentes. Há uma década, a escola tinha falta de alunos, mas hoje não tem capacidade para abrir mais turmas da disciplina de Português Língua Não Materna.
Com cinco mediadores em funções, como Paula Fernandes, contratada há dois meses e meio, a escola aposta num acompanhamento próximo, tanto dentro como fora da sala de aula.
Apesar dos esforços, a taxa de sucesso escolar dos alunos estrangeiros revela algumas fragilidades, sendo mais elevada no segundo ciclo, mas com resultados menos expressivos no ensino secundário, onde pouco ultrapassa os 50%.
Para facilitar a integração, a escola criou uma equipa de acolhimento que promove atividades como a Semana das Línguas e adaptou a cantina com uma ementa halal, respeitando as práticas alimentares de alunos muçulmanos.
Segundo dados a que a SIC teve acesso, Lisboa é o distrito com maior número absoluto de alunos estrangeiros: num total de 207 mil estudantes, cerca de 35 mil têm nacionalidade estrangeira, o que representa 17%. No Algarve, o peso relativo é ainda maior: dos 59 mil alunos matriculados, 11.300 são estrangeiros, ou seja, 19% do total.