Educação

Concurso extraordinário: metade dos professores colocados não tem habilitação para dar aulas

Quase metade dos professores colocados no concurso extraordinário nas escolas carenciadas do sul do país não têm habilitação para dar aulas. A situação afeta disciplinas como Matemática, Português, História ou Geografia.

Elsa Gonçalves

Ricardo Piano

Extraordinário e somente para a zona sul, onde faltam mais professores, o concurso efetivou quase 1.000 docentes. Mas, segundo o Jornal de Notícias, cerca de metade (402) não são profissionalizados e muitos nunca tinham dado aulas. Feitas as contas é o caso da disciplina de Matemática de 3.º Ciclo e Ensino Secundário, também Português e História do 2.º Ciclo, Geografia e Línguas Estrangeiras.

Diretores de escola e sindicatos já tinham alertado para esta realidade, que já se percebia nas reservas de recrutamento nos grupos onde há maior dificuldade nas colocações. As vagas acabavam preenchidas por professores licenciados mas sem a via ensino ou sem a licenciatura completa.

O concurso extraordinário foi uma das medidas do Governo para reduzir a crónica falta de professores e concretizar até ao final do 1.º período a diminuição de 90% do número de alunos sem aulas, face ao ano passado.

A associação de diretores de agrupamentos e escolas públicas recua à década de 1980/90 para considerar que a colocação de docentes com habilitação insuficiente ou própria pode resolver uma problema presente. Mas cria um problema maior no futuro quanto à falta de qualidade do ensino.

Alerta também para o acréscimo de trabalho para os professores mais experientes que terão de acompanhar os colegas já efetivos, mas sem ou quase nenhuma experiência de trabalho numa sala de aulas.

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