A ministra da Saúde afirma que já começou a tirar consequências dos casos graves que afetam o INEM e que não deixa o cargo até cumprir a missão de reformar a emergência médica. Esta semana, foi concluído o último dos inquéritos às 12 mortes durante a greve no socorro. Marcelo Rebelo de Sousa fala em desgaste da governante.
Ana Paula Martins passou toda a tarde num encontro de reflexão sobre a emergência médica. Foi ao palco discursar durante mais de meia hora para assumir, resumidamente, que gerir o INEM tem sido uma missão complicada.
Quando ainda se esperava uma reação de Ana Paula Martins à conclusão de mais um inquérito sobre a morte de um homem, em Mogadouro, durante a greve, o Presidente da República fazia uma análise ao impacto destes sucessivos casos na Saúde.
“Fica uma ideia difusa de que as coisas não estão a correr bem”, admitiu Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando que acarreta “desgaste” que a ministra tenha de vir pronunciar-se sobre esta matéria.
Ana Paula Martins não comenta as palavras do Presidente da República, mas Marcelo Rebelo de Sousa promete explicar daqui a uma ou duas semanas o que quer dizer.
A Inspeção-Geral da Saúde concluiu, esta semana, o último dos inquéritos às 12 mortes que aconteceram durante a greve no INEM.
“Nem precisei de que se completassem os relatórios para começar a tirar consequências. Hoje esteve aqui à vista o que é para mim tirar consequências: é assumir responsabilidades e reformar o INEM”, afirmou a ministra da Saúde, em declarações aos jornalistas. “É isso que tenho estado a fazer há 17 meses e que não vou deixar de fazer até esta missão estar cumprida”, acrescentou.
Em três casos, os peritos consideram que o atraso no socorro pode ter tido influência. Em duas dessas situações, foi recomendado ao INEM que abrisse processos disciplinares.
Eventuais responsabilidades políticas e de gestão do INEM também vão ser discutidas, nas próximas semanas, numa comissão parlamentar de inquérito.