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Portugueses juntam-se a protesto de imigrantes contra xenofobia e desigualdade

Os subscritores destacam a importância dos imigrantes para Portugal e condenam a criminalização e as dificuldades enfrentadas por estes trabalhadores.

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SIC Notícias

Dezenas de portugueses, numa carta aberta, anunciam juntar-se ao protesto dos imigrantes contra a xenofobia, exploração e desigualdade, destacando ser uma luta de todos os que querem "um país mais justo, mais livre e mais fraterno".

A carta aberta, divulgada na véspera da manifestação de imigrantes junto à Assembleia da República, tem entre os subscritores os jornalistas Daniel Oliveira e Diana Andringa, a apresentadora de televisão Sílvia Alberto, o ator Nuno Lopes, as eurodeputadas pelo Partido Socialista Ana Catarina Mendes e eurodeputada pelo Bloco de Esquerda Catarina Martins, além de dirigentes sindicais e sindicalistas, investigadores, cantores, estudantes e professores, atores ou historiadores.

Os subscritores lembram a ampla história de emigração de portugueses para outros países e o dever de honrar os princípios da dignidade da pessoa humana, afirmando a sua solidariedade com a luta dos imigrantes, contra a perseguição e a xenofobia, contra a exploração e a desigualdade, contra a discriminação, a violência e a divisão.

No dia em que retomam os plenários da Assembleia da República, na quarta-feira, os imigrantes vão sair à rua, em Lisboa, concentrando-se frente ao parlamento, pelo direito a documentos, ao reagrupamento familiar, por respeito, dignidade e justiça.

A existência de um forte movimento de imigrantes, e esta mobilização em concreto, são um contributo essencial para uma democracia mais forte, defendem ainda, destacando tratar-se de uma luta de toda a gente que quer "um país mais justo, mais livre e mais fraterno".

"Juntamos as nossas às vozes destas pessoas. Os imigrantes são essenciais para o nosso país. Enriquecem-no social, económica e culturalmente, em muitas dimensões. Neste verão, ajudaram a combater os incêndios, lado a lado com os portugueses. Todos os dias, trabalham em setores económicos que não sobreviveriam sem eles. Garantem a sustentabilidade do Estado Social e a renovação geracional. Devem ser acolhidos com igualdade e respeito", lê-se na carta aberta.

Na missiva, os mais de 70 subscritores condenam "a criminalização política dos trabalhadores imigrantes" e de ficarem anos à espera de autorização de residência mesmo estando a trabalhar com contrato e a fazer descontos, sublinhando "a importância do chumbo, pelo Tribunal Constitucional, das propostas que pretendiam dificultar o reagrupamento familiar".

"Denunciamos a arbitrariedade de regras e práticas que alimentam as redes de tráfico de seres humanos e de trabalho forçado que operam em Portugal. Acusamos os que se servem da ausência de direitos para dividir e explorar e a pretensão do governo de introduzir maior precariedade na lei laboral e eliminar mecanismos de combate ao trabalho não declarado", referem ainda.


Com LUSA

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