O Presidente da República afirmou que o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, funciona como um "ativo soviético/russo", ao favorecer a Federação Russa na guerra contra a Ucrânia. Declarações que têm gerado polémica dentro e fora do país.
Em entrevista à SIC Notícias, Francisco Louçã não considera que se trate de um "acidente diplomático" por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, mas questionou a sua presença, no exercício de funções, na Universidade de Verão de um partido político, neste caso, o PSD: “Isso é bizarro, não é? Não faz muito sentido, porque um Presidente da República não deve ter atividade partidária.”
Ainda sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa acerca de Donald Trump, o antigo coordenador do Bloco de Esquerda considera que não fazem sentido. Não só porque a União Soviética terminou há mais de duas décadas, mas também porque a expressão "ativo" remete para "espionagem", o que considera "desadequado".
No entanto, afirma não haver dúvidas de que "Donald Trump tem uma convergência estratégica com Vladimir Putin".
“Putin e Trump têm, de facto, uma convergência essencial para impor, no contexto da guerra na Ucrânia, que se prolonga há vários anos, uma cedência de território com alguma vantagem diplomática para Donald Trump e vantagem territorial para Vladimir Putin", reforça Francisco Louçã.
Viagem de Mariana Mortágua até Gaza
A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício integram a Flotilha Humanitária que partirá esta semana para Gaza, visando entregar ajuda à população e romper o cerco israelita.
Esta sexta-feira, o Governo afirmou não ter obrigação de garantir proteção. O Ministério dos Negócios Estrangeiros recorda que, à luz do direito internacional, não existe responsabilidade jurídica imputável ao país. Assim, garante não ter obrigação legal nem moral de assegurar a segurança.
Francisco Louçã fala numa "polémica tonta", semelhante a outras com as quais o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, tem estado associado. Reforça que estamos perante "um genocídio, um massacre" na Faixa de Gaza e relembra que a "solidariedade é pôr o corpo à prova" e que "Mariana Mortágua está determinada a ir onde é prioridade".