A 14 de Agosto de 1385 travava-se uma das batalhas mais marcantes da história. Apesar da ajuda dos aliados ingleses, Portugal encontrava-se numa clara desvantagem contra o exército castelhano. Uma história de uma batalha que fica marcada precisamente pela audácia dos portugueses que se conta há mais de 640 anos.
A morte do rei D. Fernando I, sem herdeiro masculino, abriu uma disputa sucessória entre a coroa de Castela e o Mestre de Avis. O Mestre de Avis contava com o apoio de D. Nuno Álvares Pereira, de várias famílias da nobreza, de um contingente de soldados ingleses e do entusiasmo mobilizador de grande parte do povo
A visão estratégica de D. Nuno Álvares Pereira, aliada à experiência do contingente inglês e à bravura da célebre Ala dos Namorados, contrasta com a desorganização das forças de Castela e do seu aliado contingente francês, determinando o rumo da batalha.
O avanço precipitado das tropas francesas, seguido da firme resposta portuguesa, elevou o moral das forças do Mestre de Avis. Sucedeu-se então uma hora de combate intenso, cujo desfecho - a retumbante vitória dos portugueses - ficaria para sempre gravado na história de Portugal e Castela.
A inferioridade numérica das forças portuguesas, já evidente em Aljubarrota, repetir-se-ia nas grandes invasões que assolaram o país nos séculos seguintes - das investidas castelhanas nas Guerras da Restauração às ofensivas napoleónicas do início do século XIX, Portugal conseguiu, em todas elas, transformar a desvantagem em triunfo, recorrendo à astúcia estratégica, à resistência das suas tropas e ao apoio decisivo do povo, saindo invariavelmente vitorioso.
D.João acabaria por mandar erguer o Mosteiro da Batalha, uma forma de celebrar a vitória em Aljubarrota, daquele que é um dos momentos fundamentais para a soberania e para o reino de Portugal.