Com o país em situação de alerta e temperaturas a ultrapassar os 40 graus, o risco de incêndio é extremo. A situação mais complexa regista-se, neste momento, no distrito de Vila Real, onde uma noite difícil de combate às chamas deixou marcas profundas no concelho de Sabrosa.
Em São Martinho de Anta, 19 idosos tiveram de ser retirados de um lar, numa operação de emergência. Três bombeiros ficaram feridos enquanto enfrentavam as chamas. Dois sofreram queimaduras e foram assistidos no Hospital de Vila Real. O terceiro bombeiro, vítima de choque térmico e inalação de fumo, regressou ao trabalho pouco depois.
A força das chamas e a proximidade às habitações surpreenderam e preocuparam a população. Este sábado à noite, muitos residentes não conseguiram dormir, receando pelo avanço do fogo, que consumia quilómetros de pinhal e mato, ameaçando várias aldeias do concelho.
Além dos idosos retirados do lar, um casal foi também evacuado, por precaução, da sua casa situada numa zona mais isolada. Passaram a noite num pavilhão preparado para acolher deslocados, mas puderam regressar ainda durante a madrugada.
Durante a tarde, a população queixou-se da falta de meios no terreno - críticas que se intensificaram à noite, com a ausência de apoio aéreo. Muitos dos operacionais eram de fora do concelho e não conheciam bem a zona, dificultando o combate às chamas.
O fogo progrediu em direção a Sabrosa, atingindo as aldeias de Anta e Garganta, que ao final da tarde e início da noite eram motivo de maior preocupação. Mais tarde, o incêndio avançou ainda para São Martinho de Anta e Arcã.